21 de junho de 2010

AQUELA ERA MINHA RUA...

Amigos...

Nasci e cresci em Recife, morei desde criança no Prado, quase Bongi. Era uma rua de barro, hoje asfalto, transversal à Estrada do Bongi, cheia de crianças brincando. Quase todas as casas tinham um carro, e a maioria das crianças, bicicleta. Ganhei a minha primeira ali, uma Monark Galaxy, vermelha e branca. Era uma bicicleta semi-utilitária e não criava sonhos agressivos em quem usava, como as Caloi Tigrão de um vizinho! Foi comprada por meu pai, acho eu, para estimular a pedalada! Foi com ela que aprendi a pedalar ali, e gostei muito dela. Só não lembro o que aconteceu, onde foi parar!

Alguns anos depois, estava maior, e ganhei uma Monark Monareta Azul metálica, aquela que foi minha companheira por um bom tempo, participando dos primeiros passeios ciclísticos da Primavera. Era uma companhia, sem grandes investimentos, um veículo que nunca foi considerado como tal. Apesar de que naquele tempo muita gente já usava as Barrafortes da Caloi ou as Barracirculares da Monark para ir ao trabalho, a minha era um objeto de lazer. E eu gostava muito!

A cidade cresceu, a rua em que morei, aquela que era a minha rua, saiu de mim, fui para longe, e troquei de bicicleta. Já grande comprei minha primeira Monark 10. Não gosto de mudar de time, a Monark sempre foi a que eu tive, era o que tinha de ter. Com ela rodei bastante, sempre nos finais de semana, sózinho ou com um ou outro amigo. Não existiam grupos, a gente não usava lycra, capacete, luvas! Foi um tempo bom, de tranquilidade no tráfego. Não se ouvia falar de acidentes, de fechadas de ônibus, de atropelamentos!

O tempo passou, a Monark 10 também. Fui morar fora, e arrisquei comprar uma Caloi Altus. Mas Salvador não é uma cidade tão ciclável quanto Recife. Para onde me virava, uma ladeira, intransponível! Ainda tentei por dois anos, mas depois, a encostada foi passada adiante. Gostava dela. Mas não gostava das teias de aranha e da maresia que se acumulavam nela.

Voltei Recife, foi a saudade que me trouxe pelo braço, e as bicicletas que me reapresentaram a cidade. Mas a minha rua não é mais aquela. Calçada, mas vazia, só carros passando de vez em quando, faltam os gritos da criançada, ninguém mais brinca na rua hoje em dia. Como eu, a rua envelheceu. Mudaram ela e eu. Restaram alguns amigos, o nome da rua, e as lembranças das primeiras pedaladas por ela. Ali aprendi a pedalar e a viver, mas a vida anda para frente e se pararmos de pedalar, a gente cai.

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Original ROGÉRIO LEITE @ 2010