20 de novembro de 2016
DAR NOMES AOS BOIS...
Amigos...
Ao longo de 8 anos em que tenho olhado, observado e lido sobre o relacionamento entre ciclistas e motoristas, um aspecto se destaca: essas "finas educativas", as fechadas, os xingamentos e ameaças que sofremos é uma constante global. Talvez seja uma manifestação de força, de querer ser mais do que é, de agredir para ser mais do que o outro. Não dá para mandar o chefe para pqp, mas dá para ameaçar um ciclista, um pedestre, um idoso ou uma criança. Uma espécie de anti-stress sanguinário, porque em vários casos, termina em morte da parte mais frágil. Descaso, negligência, incapacidade ou ruindade mesmo, eu não sei o que pode ser. Mas mata.
Estive lendo esse artigo, da BIKE COMMUTER, sobre algo que ouvimos muito.
O autor comenta uma conversa com dois colegas de trabalho que ao notar ou ao saber de sua condição de ciclista, fazem duras observações sobre comportamentos de outros ciclistas, de forma muito agressiva, quase criminosa. Em um deles, o colega narra que ficou momentâneamente cego por uma luz forte de um ciclista e que se tivesse um bom parachoques no Jeep dele, teria passado por cima do ciclista. Em outro, a colega mostrou-se muito irritada quando foi retardada em 10 segundos porque um ciclista estava pedalando na faixa (lugar certo) e não no acostamento (onde ela acha que devia estar). E ela ficou tão enraivecida que ao ultrapassa-lo fez uma "punishment pass", a nossa conhecida "fina educativa". Fez isso para "ensinar uma lição" ao ciclista que estava pedalando no meio da faixa.
Quando li o texto me veio de imediato aquilo que o autor do post colocou para ambos: vc ia matar um ciclista, um pai, uma mãe, um filho, uma filha, só porque ele te deixou cego involuntariamente e por alguns momentos? Você se arriscou a matar ou aleijar um pai, uma mãe, um filho ou uma filha apenas porque ele te reteve por 10 segundos?
Quando nos transformam em "ciclistas", "pedestres", "motoristas", nós somos desumanizados. Nos tornamos anônimos. Mesmo quando nós nos referimos a ciclistas mortos, pedestres atropelados, isso nos transforma em nada. Acho que doravante, cada vez que um de nós pensar em noticiar ou contar mais um ciclista morto, mais um pedestre atropelado, deve DAR NOME AOS BOIS. Deixar claro quem era aquele ciclista, pai, mãe, estudante, o que fazia na vida, quantos dependentes dele ou dela deixou. Precisamos tornar cada vida ceifada, uma pessoa, uma identidade, uma vida. Talvez, aos poucos, isso sirva para humanizar mais o nosso tráfego e nossas relações tão tumultuadas! Ou pelo menos despertar no poder público nossa fragilidade e necessidade de proteção.
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