GHOST BIKE pela morte de Fernando Couto e Antônio Ribeiro, dia 26/10/2009 na Av. Robert Kennedy em São Paulo. Fonte: GHOST BIKES |
Amigos...
Desde 2008 acompanho a cena pedaleira no Recife, cercanias e pelo mundo afora. De forma similar a muitas cidades do mundo onde impera o automóvel, a introdução da bicicleta como meio de deslocamento individual não está sendo fácil nem suave. O crescimento anual absurdo da frota de carros, as inúmeras obras para preparar a cidade para a Copa de 2014 e o crescimento da quantidade de ciclistas pedalando no dia a dia, tem gerado muitos atritos entre os motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres, os atores do tráfego.
Esses atritos estão se revelando em uma certa perda de controle, especialmente por aqueles que detém mais poder (caminhões, ônibus, e principalmente, carros) que para reagir aos enormes engarrafamentos gerados por si mesmo, tiram "finas educativas" nos ciclistas, agridem física e verbalmente a quem pedala, e chegam até a forçar acidentes, jogando o carro em cima das bicicletas. A coisa também se revela pelo assassinato normalmente impune de ciclistas pelos motoristas descontrolados. Vários são os casos que tem ocorrido todos o dias de ciclistas encurralados, agredidos nas ruas, violentamente assediados por motoristas descontrolados em seus carros e também em ônibus. A morte desses ciclistas vem sendo tratada como mero acidente, com a sociedade não apenas vendo com desdém a quem pedala, como ainda desculpando o agente da agressão. A lei, o CTB, foram para o lixo. Relatos diários desses desmandos podem ser encontrados na página da Bicicletada no Facebook.
Negros tempos esses para quem usa o único veículo 100% limpo, não poluente sonoro, que faz bem a saúde e não gasta combustível além da alimentação do ciclista.
Infelizmente, apesar de ser um momento difícil, é um momento necessário. Vai formar a consciência do ciclista em torno das suas necessidades, vai abrir o espaço na mente da grande maioria que pedala e não levanta os olhos, não grita, não enfrenta. Vai mudar pela força. Sinto, no entanto, que para que isso ocorra alguém importante para a comunidade ou filho de alguém importante na comunidade, como um juiz, desembargador, médico famoso, etc, terá de ser martirizado para que as nossas autoridades invistam mais tempo e recursos em campanhas educativas, em mais fiscalização, em mais multas e tratamento mais severo aos infratores.
Pena. Isso poderia acontecer de forma tão mais limpa e sem mortes. Pena mesmo!
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