16 de setembro de 2010

DMSC/2010 - PONTES...UMA CIDADE ILHADA!

Amigos...

Este é o primeiro de sete artigos sobre mobilidade em Recife.  Recife que é uma cidade construída em cima de ilhas, manguezais e aterros, reproduzindo um modelo holandês que impulsionou a região no século XVI.  Toda a mobilidade na cidade passa pelas pontes.  Mas estas sempre foram construídas para um fluxo muito menor de carros e ônibus. Como estão saturadas, são verdadeiros gargalos a mobilidade na cidade, e a solução encontrada pela Prefeitura é fazer mais algumas.  Ao invés de analisar o porque da saturação, o que a causa realmente, a Prefeitura oferece como solução a construção de mais pontes, em outras rotas, para garantir a fluidez do tráfego dos CARROS. 

Algumas décadas atrás, a mobilidade só dispunha de poucas rotas para o sul/oeste: a Ponte da Torre, Capunga, Derby. O tráfego era sempre um problema rumo Boa Viagem, quando se construiu a primeira fase da Joana Bezerra e do Viaduto Capitão Temudo. O tráfego fluia maravilhosamente. Mas os carros aumentaram e logo estavam engarrafadas.  Seguiu-se a Ponte "do Carrefour", a Paulo Guerra, a Joaquim Cardoso, a João Paulo II, mas a mobilidade foi ficando cada vez pior.  Será que depois de 50 anos e tantos exemplos a Prefeitura do Recife não percebeu ainda que não basta colocar pontes, precisa dar um jeito de tirar os carros delas?

O custo de uma ponte e do entorno viário para alimenta-la e exauri-la de veículos é grande, geralmente financiada pelo governo e paga com dinheiro dos impostos. Construir mais pontes para facilitar o fluxo dos carros sangra os cofres públicos para atender a uma pequena parte da população que se desloca de carro. E este sangramento aparece na falta de recursos para educação, saúde, segurança pública. É o lado perverso do carro que os políticos não querem mostrar: OLHA QUE PONTE MINHA ADMINISTRAÇÃO FEZ PARA MELHORAR O TRÁFEGO, dizem eles na mídia. Fazer ponte, escola, hospital dá votos, dá "um por fora", dá status de realizador. Tirar carros, pagar bem a bons professores e médicos, não dá nada. A mobilidade na cidade é feita por nós, e nos cabe escolher melhor em quem votar para Prefeito, Governador e Presidente, a repensar nossos hábitos de transporte e a cobrar os nossos direitos básicos à saúde, educação e segurança de quem realmente é o culpado pela péssima situação atual nestas áreas: o excesso de carros nas ruas! 

A redução de 50% dos carros nas ruas imediatamente torna desnecessária a construção da Ponte de Acesso a Via Mangue, a própria via Mangue, e as Pontes de Santana e Monteiro. Elas ainda podem ser construídas, para garantir uma melhora ao tráfego de bicicletas e ônibus na região. Mas aliada a uma política municipal e estadual de redução de carros nas ruas, sua vida útil será muito maior, e teremos mais recursos para garantir dignidade a grande parte da população que não usa carro para se mexer em Recife!

Neste dia 22 de setembro, todos temos a oportunidade de tentar fazer uma Recife melhor. Deixe seu carro em casa, ande, pedale, pegue um ônibus. Contribua para uma cidade melhor e um mundo mais limpo.

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Original ROGÉRIO LEITE @ 2010