29 de novembro de 2016

É UM PAI, MÃE, FILHO OU FILHA...

Depois que acontece, não adianta se desculpar!
O ciclista não é um carro, não tem carcaça protegendo.
É um pai, mãe, filho ou filha, que precisa de proteção nas ruas.


FOTO DE UMA REPORTAGEM DO G1 - NO RIO DE JANEIRO!

Amigos...

Muitos motoristas tratam o ciclista como se fosse um ser a parte, uma definição por si só. Lidam com ele como se fosse um obstáculo, um impecilho ao SEU uso da estrada, das ruas, das avenidas.  O tráfego é ruim, o ciclista é o culpado.  O ciclista fura um sinal vermelho (nenhum carro a vista, ele cruza!), "viu, ele não segue as leis!"  O ciclista para na faixa de pedestres (sem ameaçar ninguém com isso), "olha, que irresponsável!"  O ciclista sobe numa calçada (devagar e sem ameaçar ninguém), "olha lá, termina atropelando um pedestre!".

Muitas de nossas ações tem motivos e razões causadas por ações ou inações dos motoristas e também muito das falhas do poder público.  Ou seja:

  1. Parar na faixa de pedestres nos garante visibilidade dos carros e evita ser fechado e atropelado caso o motorista deseje entrar a direita.  
  2. Furar um sinal vermelho sem carros a vista, também nos alivia da pressão que os motoristas exercem logo que abre o sinal.
  3. Quando os carros entopem as vias, e nem os corredores sobram para se passar em segurança, as calçadas são opções válidas, desde que não se ameaçe ninguém com isso. Se estiverem cheias, o indicado é descer da bicicleta e empurrar.

Todos esses casos podiam ser resolvidos se existisse uma infraestrutura mínima para a bicicleta (falha geral de vários governos seguidos), e o RESPEITO e EDUCAÇÃO dos motoristas. A lei já preconiza a distância de 1,5m ao ultrapassar ciclista, o que deve ser feito em baixa velocidade. Mas nem a infraestrutura nem o respeito e educação existem!

O ciclista é visto como "espécie", despersonalizado, não como o que realmente é: um ser humano usando um veículo leve, movido a propulsão humana, e sem nenhuma benesse do poder público. E que também é, assim como o motorista, um pai, mãe, filho ou filha, um profissional ou um empregado, quem sabe até um cientista com PhD resolvendo os problemas do mundo?!   Então, antes de crucificar o ciclista, veja se você tem feito a sua parte, se você respeita o espaço dele, se você diminui ao cruzar a bicicleta, se você dá tempo para ele se mover, ou se você é apenas mais um "monstrorista" transformando as ruas em pistas de competição.

Para dúvidas, recomendo a leitura do CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (CTB), aqui!

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25 de novembro de 2016

MAIS 1 VIDA PERDIDA...


E MAIS DOIS ATINGIDOS...


Amigos...

De ontem, 24 de novembro, para hoje, três ciclistas foram atingidos por motoristas na Av. Abdias de Carvalho. UM MORTO, DOIS FERIDOS. Três ciclistas não! Três pais, filhos, irmãos, maridos, profissionais, empregados ou não, e em síntese, três seres humanos atingidos enquanto se deslocavam em um corredor de tráfego que devia ter uma ciclovia faz tempo!  E não é por falta de planejamento.  A ciclovia consta do PDC, Plano Cicloviário da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado, apesar de ser apenas um trecho.  Ligando vários bairros populosos e onde a bicicleta é muito utilizada, é impensável que não exista uma ciclovia em toda a extensão da Abdias.

Mas a PCR não faz, não cumpre, ignora, se faz de morta!? Se faz? Não, faz tempo que morreu para os ciclistas do Recife. Não temos segurança, não encontramos nem respaldo nem eco as nossas demandas. Para a PCR, ciclista é turista, só deve pedalar na ciclofaixa móvel, é obstáculo a passagem dos carros, é um "pentelho" ocupando a via.

E as entidades que podiam e deviam jogar duro nessas ocasiões: MINISTÉRIO PÚBLICO, AMECICLO, e a nova UCIPE, não conseguem pressionar o governo. Em nome de uma crise e falta de recursos, f*%$%#@ a bicicleta e seus usuários, é o que temos ouvido cada vez mais.

Pena. Tristeza.  Indignação.

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22 de novembro de 2016

A ORDEM E A DESORDEM...

A CICLOFAIXA MÓVEL DE LAZER E TURISMO atrai porque sugere ordem e controle, preservando o 
espaço do ciclista no meio do tráfego doido do Recife. Poucos são os que tem coragem de se 
aventurar fora dela, mesmo nos domingos!

Amigos...

Não sei onde você mora, mas observe a situação da sinalização horizontal das ruas de sua cidade.
 Aquela que pintam no chão das ruas para indicar faixas de pedestres, sentidos de tráfego, etc.

Recife não mantém a qualidade dessa sinalização, não sei se por safadeza ou o quê!?  A verdade é que a pintura não dura e não é refeita com frequência.  A cidade passa uma impressão de desleixo, sem ordenamento, sem controle.  Não é que as pessoas consigam verbalizar isso, ou perceber conscientemente a relação entre a qualidade da sinalização e a desordem da cidade. Mas é o que acontece.

Recife é uma cidade que sempre foi desordenada. Nenhum prefeito conseguiu por ordem nos camelôs, nos transportes públicos, e assim também como na sinalização da cidade. O camelódromo foi feito para por fim na bagunça em 1994, e hoje é uma bagunça, e a bagunça dos camelôs nas ruas da cidade só cresceu. Os sistemas de transportes públicos são superplanejados, mas levam tanto tempo para serem implantados que já nascem ultrapassados. Assim como a sinalização horizontal do tráfego, cuja pintura não dura nada.

As pessoas não percebem que sem faixas de tráfego, os carros seguem ao Deus dará. Que sem faixas de pedestres, os carros avançam ameaçadores a cada sinal. Que sem sinalização, cada um faz o que quer, na certeza de que não serão flagrados. E ai, rola contramão, conversões proibidas, pisca-alerta sem necessidade, desrespeito, descontrole, desordem.  E nem falo das calçadas, cada dia piores e menos respeitadas. Quando os mais ricos viajam para o exterior, o mundo parece mais organizado. Mas nem eles associam essa aparente ordem com ruas bem sinalizadas, garantindo o espaço do cidadão e do turista.

Resumindo, a desordem tomou conta da cidade. E não acredito que um dia irá embora.

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20 de novembro de 2016

DAR NOMES AOS BOIS...



Amigos...

Ao longo de 8 anos em que tenho olhado, observado e lido sobre o relacionamento entre ciclistas e motoristas, um aspecto se destaca: essas "finas educativas", as fechadas, os xingamentos e ameaças que sofremos é uma constante global. Talvez seja uma manifestação de força, de querer ser mais do que é, de agredir para ser mais do que o outro. Não dá para mandar o chefe para pqp, mas dá para ameaçar um ciclista, um pedestre, um idoso ou uma criança.  Uma espécie de anti-stress sanguinário, porque em vários casos, termina em morte da parte mais frágil. Descaso, negligência, incapacidade ou ruindade mesmo, eu não sei o que pode ser. Mas mata.
Estive lendo esse artigo, da BIKE COMMUTER, sobre algo que ouvimos muito.

O autor comenta uma conversa com dois colegas de trabalho que ao notar ou ao saber de sua condição de ciclista, fazem duras observações sobre comportamentos de outros ciclistas, de forma muito agressiva, quase criminosa. Em um deles, o colega narra que ficou momentâneamente cego por uma luz forte de um ciclista e que se tivesse um bom parachoques no Jeep dele, teria passado por cima do ciclista.  Em outro, a colega mostrou-se muito irritada quando foi retardada em 10 segundos porque um ciclista estava pedalando na faixa (lugar certo) e não no acostamento (onde ela acha que devia estar). E ela ficou tão enraivecida que ao ultrapassa-lo fez uma "punishment pass", a nossa conhecida "fina educativa". Fez isso para "ensinar uma lição" ao ciclista que estava pedalando no meio da faixa.

Quando li o texto me veio de imediato aquilo que o autor do post colocou para ambos: vc ia matar um ciclista, um pai, uma mãe, um filho, uma filha, só porque ele te deixou cego involuntariamente e por alguns momentos? Você se arriscou a matar ou aleijar um pai, uma mãe, um filho ou uma filha apenas porque ele te reteve por 10 segundos?

Quando nos transformam em "ciclistas", "pedestres", "motoristas", nós somos desumanizados. Nos tornamos anônimos.  Mesmo quando nós nos referimos a ciclistas mortos, pedestres atropelados, isso nos transforma em nada. Acho que doravante, cada vez que um de nós pensar em noticiar ou contar mais um ciclista morto, mais um pedestre atropelado, deve DAR NOME AOS BOIS. Deixar claro quem era aquele ciclista, pai, mãe, estudante, o que fazia na vida, quantos dependentes dele ou dela deixou. Precisamos tornar cada vida ceifada, uma pessoa, uma identidade, uma vida. Talvez, aos poucos, isso sirva para humanizar mais o nosso tráfego e nossas relações tão tumultuadas! Ou pelo menos despertar no poder público nossa fragilidade e necessidade de proteção.

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9 de novembro de 2016

CONSELHOS ÚTEIS PARA USAR A BIKE TODO DIA.

Foto: DAQUI

Extrato daqui: http://bicycletimesmag.com/some-advice-for-bicycle-commuters/
Traduzido e adaptado livremente para o Recife, por mim!

Amigos...

Li essa matéria e achei legal para quem pedala todo dia...

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REGRA NÚMERO UM
A primeira e mais importante regra a seguir é essa: USE SUA MALDITA CABEÇA!  Isso se aplica a muita coisa hoje em dia, tipo "NÃO USE O SECADOR DE CABELO DENTRO DO CHUVEIRO". Mas é incrível como tem gente que não usa o cérebro que Deus lhe deu!

NÃO MATE NINGUÉM...
Parece redundante, mas não custa dizer que ao pedalar você não deve ameaçar ninguém. Não use as calçadas ameaçando os pedestres, nem force a passagem com sinal vermelho. Pedalar nas ruas não é videogame, nem você é um sociopata (eu acho!).

O QUE É DO "HOMEM", DEIXA QUIETO...
Os ciclistas são um grupo minoritário e oprimido que vive em um mundo projetado e criado para  "O Homem", o motorista que dirige uma SUV, teclando no celular com uma mão e com um café na outra. A maneira que nós escolhemos para lidar com isso é, sem dúvida, ou mais explosiva ou mais passiva. Se eu quiser me afirmar,  me grudar na estrada, basta fazer uma merdinha qualquer para esses monstroristas explodirem em seus carros. Mas vai adiantar discutir com um cabra assim?!

NÃO CONFIE EM NINGUÉM...
Não confie em sinais direcionais em carros, não confie em outros ciclistas, não confie em condutores acenando você, e com a certeza dos infernos não confie em adultos pilotando cinquentinhas. Não tenha dúvidas de que as pessoas vão fazer a coisa mais idiota possível no pior momento possível. Essa é a única regra que as pessoas seguem (exceto para você, você é realmente inteligente). Esta é a sua guerra, e os carros são seus inimigos.

MESMA RUA, REGRAS DIFERENTES
Eu posso passar um sinal vermelho, se não tem nenhum carro à vista. É perigoso? De forma alguma. Você tem controle sobre 360 graus ao seu redor, sem pontos cegos. E desde que seja seguro e razoável, não precisa ser 100% legal. Afinal, as regras de trânsito não foram todas pensadas para o ciclista.  Mas se lembre que furar um sinal na frente de vários carros e pedestres, desperta primeiro um certo rancor: PUTZ, FUROU O SINAL, ODEIO CICLISTAS! E claro, tem muito mais risco, por isso, siga a REGRA NÚMERO UM!

ILUMINE-SE! AJUDA E MUITO...
Ter um pisca aceso atrás da bicicleta ajuda a evitar que alguém atinja você "sem querer".  Apenas 5% dos americanos matam pessoas de forma intencional diariamente, e assim, os números estão a seu favor.  Ter uma laterna na frente também ajuda e muito.  Deixa você visível para os motoristas que vão a sua frente, e que pretendem entrar a direita, cortando seu caminho.  Também ajuda a tornar você visível para os pedestres, que pretendam atravessar em locais não indicados. Lembre-se, a faixa de pedestres também precisa ser respeitada por você pedalando!

A VELOCIDADE É SUA AMIGA...
Não é o caso de você se encher de drogas que deixem você psicótico quanto ao tráfego e disparar a mil pelo meio dos carros. Quanto mais perto da velocidade do tráfego, melhor será para você. Você irá se sentir mais confortável se a sua velocidade for compatível com o tráfego ao redor, e evita que os carros espremam você, cansados de aguardar que você ande mais depressa.  Acredite ou não, os carros respeitam seu lugar quando você está pedalando numa velocidade próxima a dele.  Claro que isso só é possível em ruas de baixa velocidade, ou se você treina pesado para manter 40 km/h na Agamenon!

BOCA GRANDE...
Sua boca pode lhe manter vivo.  Gritar um EI!, ALÔ!, CUIDADO! alertando quem vai abrir uma porta na sua frente, um pedestre que vai se lançar da calçada para atravessar a rua, ou um carro que pretende se atravessar na sua frente, pode salvar seu dia. Ficar calado equivale a poder vir a ser amassado!

MANTENHA UM OLHAR MORTAL (e com LASERS se for possível!)
Fixe o carro que vai lhe cortar ou fazer algo vagamente perigoso, e deixe-o saber que você está vendo ele fazer isso. É muito mais duro para um motorista tomar a decisão de atropelar você quando percebe que está sendo controlado.  Chegue até a sussurrar silenciosamente: EU PASSAREI POR CIMA DE VOCÊ!... KKKK

APONTE COM O DEDO
Você está entrando em um cruzamentoe, um carro se aproxima na outra mão, talvez ele tenha dado seta ou não, mas você percebe que ele vai virar em cima de você.  Aponte para ele como se dissesse: VOCÊ! VOCÊ É O PRÓXIMO! Como se você tivesse uma soqueira de bronze na outra mão e estivesse pronto para destruir o carro com uma porrada!  Uma face ameaçadora! KKKK

OLHO NO TRÁFEGO, NÃO NO SINAL.
Em um cruzamento, especialmente se for daqueles meio loucos, tipo Abdias com Gen.San Martin, controle o tráfego e não o sinal. Tenha certeza que os carros pararam para você poder atravessar.. Tenha cuidado e não considere que vai ser fácil atravessar.

RESUMINDO
Não mate ninguém, não morra, e use sua maldida cabeça!

4 de novembro de 2016

QUEM DESENHOU ISSO?

Parada em Campo Grande. Observem que a "meia sombra" é bem mais
clara que a sombra da árvore ao lado. E mais quente!
Serve para que essa parada? Fica muito mais
quente nela do que na árvore ao lado!

Amigos...

As prefeituras do Recife têm uma doença não diagnosticada: adora reinventar a roda!  E para isso, tem de acrescentar alguma novidade a cada roda inventada!  Estava numa parada de ônibus, em um belo dia de sol, 8:30 da matina.  Notei pela primeira vez que a PCR ou a sua filiada, Grande Recife Consórcio tinham feito as coberturam das paradas de policarbonato.  Para quem não sabe, aquele plástico muito resistente e, no caso, transparente.  Mesmo que ondulado, deixa passar bastante de luz, suficiente para aquecer quem está embaixo dela. E luz para que? De noite não serve, não tem o sol. De dia, escalda quem está embaixo! Recife é uma cidade onde teto totalmente transparente é um inconveniente absoluto.  "Caçamos" sombras aqui para fugir do nosso sol escaldante, atravessamos ruas para "ir pelo lado mais fresco". Aí vem uma empresa pública e tira a sombra das paradas de ônibus, onde com certeza, as pessoas esperam no "meio sol". Junto dessa parada tinha uma enorme árvore, essa com uma sombra completa, e com uma temperatura pelo menos uns 5ºC a menos que a parada.

Será que a PCR tem algum nórdico no departamento de design de pontos de ônibus? Só se tiver, porque eles adoram o sol que some meio ano! Só um desses adoradores do sol quente para fazer uma parada transparente!

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DE OLHO NA BIKE



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Ei, QUER SUA FOTO AQUI TAMBÉM? Se tiver bicicleta nela, vale! Mande com uns 800 pixels de largura maior para CONTATO.RL@GMAIL.COM, com marca d'água, nome, email e/ou telefone. Atualizado todo final de semana.
No aguarde!

Original ROGÉRIO LEITE @ 2010