26 de fevereiro de 2010

HÁ TIPOS E TIPOS...

Amigos...

HÁ O CICLISTA... Este é a ELITE das bicicletas. Todas as ruas são pistas do Giro D'Itália. Roupas? Malhinhas "técnicas" para a pele respirar, não acumular suor - mas no calor de Recife, acumula uma 'nhaca' daquelas! Chegar perto da "fera" depois de suada só se com máscara anti-gases! Sonho de consumo, a "Maglia Rosa"! E o papo? É 100km para cá, quadro de carbono para lá! Ele não come, se alimenta de gel de carbohidratos, repõe os sais minerais, hidrata-se. Assunto do dia: para onde vou pedalar sábado? E domingo?

HÁ O TRILHEIRO... Este é o 'MILICO' das bicicletas. O melhor caminho tem lama, sujeira, ladeiras enormes para subir, 'pirambeiras' perigosissimas para descer. É a aventura de pedalar, de chegar sujo, enlameado, fedendo a tudo, mas com um sorriso besta na cara!

HÁ O CICLOTURISTA... Este é o TURISTA das bicicletas. Mistura de Ciclista com Trilheiro, junta quilômetros com aventuras. Adora uma rota turística, de preferência sem carros e com carregado de alforges cheios de pra-que-isso!

HÁ O PEDALEIRO... Este é o PEÃO das bicicletas. Pode ser visto indo para o trabalho todos os dias da semana, em cima de sua confortável barraforte com o marmita presa do bagageiro, guarda-chuva no quadro, calça arregaçada no tornozelo. Sinal fechado, ir pela contramão, pedalar na calçada? Ora, que nada! Devagar e sempre, sem ligar para o resto do trânsito, ele costura desfilando sua habilidade entre os carros e motos, como se fossem apenas pedras no jardim de asfalto!

HÁ O CICLOATIVISTA... Este é o POLÍTICO das bicicletas. Pode ser ouvido sempre defendendo sua posição de usuário da bicicleta frente ao mundo, ajudando a combater o aquecimento global, a sociedade de consumo, a tresloucada carrocracia! Meta de vida: sumir com todos os carros do planeta! Pode ser encontrado em bicicletadas, vestidas ou peladas! Têm uma grande qualidade: respeita as leis, porque quer ver a lei que protege sua amada bicicleta, sendo seguida! E para isto, grita e berra, punho para cima, quando um monstro de quatro rodas quase o atropela!

HÁ O PEDALISTA... Este é o CIDADÃO das bicicletas. Meio pedaleiro, porque usa a bike para tudo, meio cicloativista, porque respeita as leis de trânsito. Goza do prazer de pedalar. Roupas? Qualquer uma, fresquinha! Comida? Qualquer uma, fresquinha! Não defende, não debate, não levanta bandeiras. Muitas pessoas se tornam pedalistas sem nem mesmo ter ouvido o termo. Basta pedalar com responsabilidade e ir sem pressa, aproveitando o ir para, em algum momento, chegar. Apenas dando um bom exemplo.

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23 de fevereiro de 2010

QUAIS SÃO OS SEUS MOTIVOS?

Amigos...

Sempre que observamos qualquer ação humana ficamos nos perguntando sobre o que motivou aquela pessoa a fazer aquilo. É mais comum quando se trata de uma coisa muito diferente, como fazer uma tatuagem, pintar os cabelos de roxo ou optar pela bicicleta como meio de transporte.

Pessoas que preferem ir ao trabalho andando ou de bicicleta, em nossa sociedade são vistas pelas demais (a plebe ignara!) como pobres. Enquanto em qualquer lugar civilizado isto seria o normal, nossa cultura e nossa ignorância relega quem pedala ou anda como carente de recursos para ter um carro. Mesmo que tenha e use para ficar sempre preso nos inúmeros engarrafamentos da cidade enquanto quem pedala passa ao lado, sem stress, sem problemas.

Nossa sociedade conecta a riqueza aos bens materiais e em especial ao carro. Ter um carrão, com um baita motor, cheio de "praqueisso", é uma extensão de nossa latinidade, para não falar da nossa sexualidade. Associamos intimamente sucesso a uma coisa de metal com 2 toneladas e autopropelida em alta velocidade, de preferência! Cultura, educação, inteligência, civilidade, respeito, sociabilidade, ética acima de tudo, nada disto conta quando o sujeito não tem um carrão para demonstrar o seu "sucesso".

Acontece que o tempo passa. E o tempo do carro está passando, qualquer pessoa com o mínimo de dicernimento nota. Em algum momento recente, alguns já perceberam que o carro não exprime tudo aquilo que eles querem. Que existem outros motivadores na vida além de um carro do ano, um motor possante, uma direção hidráulica. E são estes que descobriram os motivos reais pelos quais o uso de bicicleta como meio de transporte é mais que uma excentricidade.

Quais seriam estes motivos? Que cada um olhe para si e pense! Eles estão lá!

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17 de fevereiro de 2010

UMA BIKE PARA JOÃO...

Amigos...

Tenho criticado a posição dos gestores da mobilidade em Recife, sempre focados em facilitar a vida dos que tem carro, mesmo que cheio de "boas intenções" no transporte público. Digo boas intenções porque de nada adianta vc criar novas avenidas, viadutos, corredores para "facilitar o escoamento" se não são tomadas iniciativas reais para que o transporte público tenha prioridade sobre todo e qualquer forma de transporte individual por automóveis.

O corredor Leste-Oeste é um exemplo. De que adianta vc mudar a cara da Avenida Conde da Boa Vista, Derby, Benfica e Caxangá, deixando a Av.Governador Carlos de Lima Cavalcante, a conexão entre a Conde da Boa Vista e o Derby sem um isolamento para os ônibus. Como garantir uma fluência dentro do corredor com um gargalo destes, uma rua estreita disputada a tapas pelos carros, motos, ônibus. É literalmente uma corda no pescoço deste corredor?!

Bom, mas este comentário inicial do post foi apenas mais um ponto e não o foco deste post.

O assunto é o papel do prefeito no que tange a melhorar a nossa vida como ciclistas. Alguém deveria convidar o senhor prefeito para dar uma pedalada na cidade como fez e faz o prefeito de Seattle, Mike McGinn. Observe que Seattle é uma cidade grande, no estado de Washington, no noroeste dos Estados Unidos. É uma cidade com invernos rigorosíssimos, muito frios, com neve, nevascas e outras coisitas mais. Mas o prefeito vai de bike para o trabalho, e todo o dia. Ele é um comutador que dá o exemplo a seus concidadãos de que para se conseguir uma cidade mais humana e mais tranquila, pedalar é uma necessidade mais que uma opção. Duvidam? Olha o vídeo que a StreetFilms fez com ele indo para o trabalho em um dia bem frio. Ele se elegeu em cima da plataforma de mais bicicletas na cidade. Via TREEHUGGER.



Quem se habilita a convencer nosso João e dar uma bike para ele experimentar pedalar em Recife???

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4 de fevereiro de 2010

CULTURA FAZ TODA DIFERENÇA


Amigos...

Rodando pelos meus links cai no AMSTERDAMIZE.COM e vi esta foto. Ganhadora de um concurso de fotografia chamado BICYCLE MANIA PHOTO CONTEST é simplesmente linda. Primeiro por estar afinadissima com o tema. Segundo, pela própria composição, muito feliz, com o uso da cor do chapéu da primeira criança de uma felicidade emocionante. Adorei a foto.

E além de tudo, me fez refletir mais uma vez sobre a importância da cultura na sociedade, e do seu impacto na qualidade de vida das pessoas. Observe que um pai levando 3 crianças pequenas em uma bike não é para qualquer um. Nem nos locais de lazer de Recife isto seria aconselhável, mas lá, na Holanda, o pai faz isto nas ruas. Faz porque sabe que existe respeito. Que existe uma cultura de total respeito às pessoas, estejam elas nos seus carros, à pé ou em cima de uma bicicleta.

Independente da forma de movimentação, somos todos pessoas, todos humanos, todos merecemos respeito. O respeito a uma pessoa precisa ser completo e até mesmo anterior a nossa pressa, a nossa pretensa "habilidade ao dirigir", ao nosso stress. Merecemos que não sejamos jogados fora da via por um motorista apressado, ameaçados por um ônibus que tira finos impensáveis, ou por políticos que fingem estar construíndo cicloinfraestrutura e se importando conosco quando apenas querem nosso voto!

Merecemos que pensem em nós como gente e não apenas como um obstáculo. Merecemos uma Recife melhor.

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3 de fevereiro de 2010

AMADURECIMENTO CONCEITUAL PRECISA DE TEMPO

Amigos...

Vejamos alguns fenômenos sociais relacionados com o uso das bicicletas no dia a dia.

Primeiro o uso mais comum, quando pessoas de baixa renda que já a usa bastante, amplia seu uso dentro da própria classe. Mais e mais pessoas de baixo poder aquisitivo têm adotado as bicicletas como alternativa aos transportes públicos. São pessoas que não podem dispensar nenhum centavo de seus parcos ganhos, nem com o transporte nem com o tempo perdido de trabalho em engarrafamentos monumentais, cada vez piores no Recife. Quem anda pelas ruas de Recife logo cedo percebe a grande quantidade de trabalhadores indo e vindo do trabalho pedalando.

Depois os mais jovens. Menos restritos por convenções sociais, até com uma certa rebeldia, o uso das bicicletas tem crescido na cidade com estes usuários. Claro que muitos pais não gostam disto, sempre preocupados com a segurança no trânsito e contra assaltos. E claro que ainda não é um público fiel. Faz uso mais por contestação, por economia também, que por uma racionalização dos recursos ou por opção real de mobilidade. Mas quem usa a bicicleta corretamente, e com frequência, serve de conscientizador deste público. Para fora da atitude de rebeldia, de questionamento apenas, usando quando jovem para mover-se, cria uma consciência de que é uma outra opção real de transporte. E que o carro nem é tão necessário assim.

Finalmente, temos o poder público. Tentando de forma irracional (ou talvez não tão irracional a$$im) continuar a impor soluções de mobilidade baseadas no uso do automóvel para o transporte individual, o poder público perde a chance de fazer hoje o futuro, retido pelo conservadorismo automotivo. São individuos que pouco ou nunca usaram a bicicleta como meio de transporte, mesmo quando jovens. Indivíduos que se acostumaram a que o sucesso e a felicidade estavam ligados a propriedade de um carro, de preferência grande, luxuoso e potente (Freud explica!). Usaram a bicicleta apenas como item de lazer e associaram o uso dela como meio de transporte das classes mais baixas. Longe de ser uma opção ainda é vista como sinal de POBREZA ou NECESSIDADE extrema.

Por isto, vai demorar para termos resultados visíveis da nova onda que está acontecendo hoje. Vai demorar o tempo necessário para quem hoje tem 15, 16 anos, amadureça e perceba que pedalar para o trabalho é muito mais fácil e menos estressante que ter, manter e usar um carro. É uma questão de tempo de amadurecimento dos conceitos envolvidos.

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1 de fevereiro de 2010

SOS HAITI É AQUI...

Amigos...

Pedalamos e contribuimos um pouco para minorar a desgraça que o povo haitiano está passando. Pedalamos ontem, pelo menos em parte, eu e meu cunhado Andrea, em um calor desgraçado, 10h da manhã, rumo Boa Viagem. E como não podíamos demorar tanto, por ter outros compromissos, saímos do grupo logo que atravessamos para Boa Viagem. O passeio atrasou em mais de 1 hora e comeu nossa liberdade. Pena! Mesmo assim, contribuimos com alimentos para o projeto.

Sabemos que existem problemas de logística para entregar os alimentos, e que talvez, eles nunca cheguem ao Haiti. Sabemos que existem conterrâneos nossos - em Recife e Região - bem como patrícios nossos - no Paraná e em São Paulo - atingidos pelas chuvas ostensivas, cheias, deslizamentos de encostas e outros achaques do mau planejamento urbano, e que também precisam de nossa ajuda. De alguma forma, o Haiti também rola por aqui. Por isto, que se não der para enviar para os haitianos, que pelo menos seja para entregue quem precise muito. Creio que a PM e o povo da Nômade, ambos idôneos e responsáveis, saberão dar um bom destino a estas doações.

Observo isto aqui, porque vi ontem que Sampa continua com áreas alagadas e isto já tem umas 3 semanas, creio mesmo que um mês. Todo mundo sabe o motivo, a impermeabilização de grande parte do solo da cidade de São Paulo e o aquecimento global. Todo mundo sabe mesmo, inclusive os políticos. Sabe o Kassab, sabe o Serra, e todos os que já foram prefeitos e governadores do estado e da cidade mais desenvolvida do país.

Sabem e continuam fazendo! Continuam abatendo árvores para construir rodoaneis, expandir marginais, fechar os acessos da água ao solo. É a ditadura do carro fazendo estrado. E fazem por que querem e porque o povo deixa. Eles porque querem se reeleger com obras faraônicas. Porque sabem que nosso povo valoriza o prédio da escola, mas não os professores, as grandes avenidas e não os parques, o carro e não o ônibus, o metrô ou a bicicleta. É triste, mas a verdade é que cada povo escolhe seus políticos. E temos escolhe mal porque não valorizamos adequadamente as propostas deste políticos. Acreditamos em sonhos sem pensar nas consequências. E nestes sonhos sempre colocamos obras mil. Depois ficamos nadando 4 semanas na cheia, pedindo socorro, e ainda queremos ser atendido pelos mesmos que causaram o problema para conseguir chegar lá atendendo seus sonhos! É pedir para o bicho soprar depois de comer sua mão!

Pior de tudo, é que Recife costuma seguir Sampa. Portanto, fique de olho em quem vive querendo construir vias mangues, corredores de "plástico" para colocar os ônibus e outras obras que impermeabilizem Recife, cidade de manguezais e cheias históricas! Ou então caia no logro destas figuras, mas compre logo a sua canoa!

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DE OLHO NA BIKE



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Ei, QUER SUA FOTO AQUI TAMBÉM? Se tiver bicicleta nela, vale! Mande com uns 800 pixels de largura maior para CONTATO.RL@GMAIL.COM, com marca d'água, nome, email e/ou telefone. Atualizado todo final de semana.
No aguarde!

Original ROGÉRIO LEITE @ 2010