22 de setembro de 2012

O PROBLEMA DO MOTOR...

Cadê o espaço para gente? Como andar dessa forma?
Amigos...

A verdade é que o que diferencia os ciclistas dos motociclistas é apenas o motor.  Ambos tem a flexibilidade, precisam de equilíbrio e habilidade, e tem de se preocupar com os motoristas.  Mas enquanto nós consideramos isso, não é o que parece aos motociclistas.  A sensação inebriante de ter um motor entre as coxas, deve acender um desvario constante na hora de ir a algum lugar. Quase um orgasmo sobre rodas - se é que não rola mesmo, dependendo! kkk.

Nos dias que correm, Recife é um caos para o motorista [tenho até pena!? NÃO...]. Em momentos em que o tráfego está mais livre é que nós ciclistas corremos perigo. Os motoristas ficam meio enlouquecidos com o "espaço" aberto e saem em velocidades maiores que o ideal. E o risco é nosso.  Mas quando o tráfego está pesado, motorista é um coitado. A velocidade dele é mínima, a liberdade de movimento quase nula. Dirigir nos dias atuais é um exercício ZEN: você pode até meditar no meio do tráfego que anda a incríveis centímetros/hora para qualquer lado que você se vire!

Mas os motociclistas não enfrentam esse problema.  Quando tráfego está apertado, eles não ficam presos, ficam ousados!  Numa alucinante corrida de obstáculos, passando entre carros, furando sinal, subindo calçadas, espremendo os ciclistas, eles são o perigo real e imediato.  Se não fosse assim, não existiriam tantos acidentados, não chamaria tanto a atenção da autoridades a quantidade de recursos do SUS despendidos para remendar motociclistas. Tantas mortes sem sentido.  Tantas por culpa deles!

Como tudo de ruim no tráfego, isso também precisaria de uns ajustes na hora da concessão da licença de motociclista, de maior fiscalização nas ruas (e até tem, acabo de ver uma blitz apreendendo motos no Pina!), mais multas pesadas, mais rigor nas autuações. O custo está sendo nosso, mesmo que não tenhamos moto ou carro. Mesmo que andemos de ônibus todos os dias, que pedalemos, são nossos impostos que sustentam o SUS. E ele está sendo desperdiçado porque o próprio poder público não consegue controlar o tráfego e os motociclistas.

Assim vamos indo, pedalando e olhando.

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12 de setembro de 2012

MULTA = NÃO

Começa assim... depois vira MONSTRORISTA e não se sabe porque?!
Amigos...

Qual menino levado, os motoristas de meio mundo inclusive do Recife, acreditam que a multa é uma indústria, que os órgãos de trânsito deveriam era educar, fazer campanhas, orientar antes de multar.  Que aquelas câmeras ocultas são verdadeiras armadilhas,  e que não seria papel desses órgãos ficar montando armadilhas para pegar os desavisados.  Desavisados?!

Como toda habilidade adquirida, dirigir passa por várias fases, desde o primeiro momento atrás do volante até seu primeiro de muitos engarrafamentos. Na fase inicial, quando o candidato a motorista se lança as ruas em carros de auto-escola, ele está aprendendo. Ele é orientado por instrutores, recebe material de leitura obrigatória, estuda e então se submete a exames, que se aprovado, farão com que o Estado lhe dê um documento que o diz habilitado a dirigir veículos. Essa é a fase da educação, da formação.

Quando ele entra nas ruas, investido de sua nova licença, ele sabe que é obrigado a seguir regras. Ele foi informado e estudou essas regras. E sabe que se pisar na bola, pode levar uma multa e tomar uns pontinhos na carteira. E que se a carteira ficar cheia de pontinhos, o Estado toma a carteira de volta e suspende o "malcriado".  Ele já foi AVISADO!

Tal como qualquer criança, que toma muitos nãos e algumas palmadas durante o crescimento para aprender o que é certo e o que é errado, o motorista sabe que tem de seguir essas regras senão o Estado vai lhe dar vários nãos e algumas palmadas, no único lugar que adultos entendem: no bolso. Isso é a multa. Tudo bem, você já sabia que era isso?  Mas então porque pedem aos órgãos para mais campanhas educativas?  Porque quer que seu "pai" (o Estado, os gestores, os encarregados de te multar) passe a mão na sua cabecinha (abone a multa) e esqueça a merda que você fez (a infração!)???

Não é papel do Estado dar canja para ninguém, mas de ser fiel as leis, por obrigação. Todo mundo sabe o que acontece com crianças criadas com tolerância ao extremo. Sem limites, viram o que mesmo?!  Assim é com os motoristas. Enquanto o Estado gestor não colocar limites claros, e cobrar efetivamente (também conhecido por "chamar na chincha") as responsabilidades de todos, vamos continuar cheio de "crianças malcriadas" atrás de um volante.

Daqui a pouco vai ter quem queira que se crie uma lei ANTI-MULTA para ir contra o CTB tipo a lei anti-palmada!!

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7 de setembro de 2012

RETA, PERIGOSA E DESCONTÍNUA OU ...
...TORTA, SEGURA E CONTÍNUA?

Amigos...

Eu fui na ciclofaixa do Arraial-Encanamento dar uma nova olhada sobre ela, procurando pensar de forma mais fria, mais racional.  Continuo achando que ela foi algum tipo de esquema para desviar a atenção ou para manipular as forças políticas via opinião pública. Ninguém está lucrando com ela e com o binário em si.  Pelo contrário: meu sentimento de tranquilidade ao pedalar na zona Norte (que eu reputava a quantidade de ciclistas que pedalam na área), se foi.  A sensação é que todo carro de morador está em busca de vingança contra os "terríveis cicloativistas" que não tinham nada de defender aquela "porcaria de ciclofaixa" que atrapalha "o meu ir e vir".  Os destaques são por conta das opiniões que lemos pela web.

Mas de cabeça fria comecei a me questionar alguns aspectos sobre a ciclofaixa.

Partamos do princípio que a bicicleta é um veículo cuja maior vantagem se tira dela mantendo o fluxo.  Cruzamentos, lombadas, sinais, tráfego demais, paradas de ônibus, etc e tudo mais que atrapalham o contínuo, o fluxo constante, o pedalar diferencial (sim, em fluxo, nosso esforço é praticamente um DELTA F!), aquele suave fluir de prazer que tanto nos desestressa.  Pensando assim, porque queremos ciclofaixas e ciclovias em grandes avenidas?  Porque justamente em vias onde a vida é mais complicada?   Quantos de nós não pegam o caminho maior para pedalar mais, porque sentimos um enorme prazer em estar ali, indo, vento no rosto, sorriso nos lábios?!

Eu comprei minha bike no que era a Bike Norte.  Com certa frequência ia de minha casa na Madalena até a loja pedalando para fazer uma limpeza geral ou para comprar alguma peça.  A volta era sempre mais complicada, porque eu queria voltar dentro da lei, mas o tráfego na Estrada do Arraial era e é um inferno. Aí eu fui no google maps e descobri umas ruas pequenas, e fui explorando... a Bike Norte ficava na Av.Norte esquina com Rua da Harmonia. E eu queria ir para o viaduto do Carrefour. Então estamos falando justamente de parte do trecho da ciclofaixa que foi omitido e que facilitaria a vida indo até a Padre Roma.  Mas eu descobri como vir sempre por dentro, ia sair na Soares Moreno, esperava o sinal e entrava na Góes Cavalcanti e daí por dentro da Av.Parnamirim até a Torre.  Rota muito menos estressante. 

Será que não devíamos pensar em fazer ciclofaixas com rotas mais calmas e ter mais tranquilidade, e um pedalar mais suave, mais contínuo?  Será que não é melhor para a gente evitar as grandes avenidas e viver em paz e de forma totalmente livre do problema dos carros?! Quem viver verá!

Para completar, essa seria minha rota alternativa para aqueles que precisam ir da Rosa e Silva para Casa Amarela.

Minha ciclofaixa alternativa... é uma idéia!
  • Acesse a Rua do Futuro na Jaqueira.
  • Rua do Futuro até o final
  • Atravessa no sinal da Padre Roma
  • Contrafluxo na Padre Roma à direita
  • Entra da Isaac Salazar à esquerda
  • Daí na Sebastião Alves à esquerda de novo
  • Segue rumo a Padre Roma de novo
  • Entra na Mizael Montenegro à direita
  • A esquerda na Goes Cavalcanti
  • A direita na Clovis de Castro
  • A direita na Ferreira Lopes
  • A  esquerda na Estrada do Arraial

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6 de setembro de 2012

QUANDO OS BONS SE OMITEM, O MAL ...

VERSÃO 2012 PORQUE NEM TUDO CONTINUA NA MESMA...ALGUMAS COISAS ESTÃO PIORES!

Amigos...

Li no JC de hoje um editorial do Sr. Fernando Castilho que me preocupa no Caderno de Economia.  "JÁ ESCOLHEMOS IR DE CARRO E PRIU"!  Foi a  frase usada para justificar o aumento descarado da venda de veículos, sempre recorde.  Graças a uma combinação de redução do IPI, péssima administração pública no que tange ao transporte público, e  grande avidez pelos impostos, o que nos resta é ouvir essas bobagens!  A preocupação é ouvir de quem disse.  Admitindo que o editor de Economia seja uma pessoa culta e com nível educacional alto, não se entende que o texto pelo menos não tenha uma ressalva que a solução automóvel é uma solução derivada da insegurança e da incompetência pública em lidar com a mobilidade das massas da cidade e do Brasil.  Não escolhemos usar o carro.  Escolhemos não andar em ônibus caindo aos pedaços, que levam 40 minutos para passar lotados, culpa compartilhada com os mesmos carros.  Escolhemos não ir de bicicleta porque o poder público e os mesmos carros não são capazes de resguardar a integridade e o patrimônio do ciclista, e porque a cidade não oferece incentivo a oferta de serviços e infraestrutura para quem pedala.

Com tantos incentivos pró-carro, para que reduzir IPI. A indústria automobilística manda no governo e isso não é dito.  Ameaça demitir um bocado de gente, e o governo federal cede e baixa o IPI.  E aí, mais carros nas ruas. A sociedade virou refém do segmento e do carro.  E numa situação assim, quem vai contra?! Quem se levanta em prol dos ônibus de qualidade? Quem levanta os canhões para defender as bicicletas?

Nessa campanha política, todos os candidatos estão defendendo idéias que estão nos jornais nos últimos 4 anos para melhorar o tráfego, inclusive no mesmo JC. Mas ninguém toca no principal, ninguém demonstra real coragem de enfrentar o problema, ninguém vai contra o uso do carro no transporte individual. É preciso DESESTIMULAR o uso do carro particular, dificultar a vida de quem usa, reduzir estacionamentos, controlar vias de acesso. É preciso que seja dito a SOCIEDADE COMO UM TODO, que carro ocupa muito espaço para se mover e estacionar, polui o ar, entope o tráfego, dificulta a vida de todos.  É preciso deixar claro que os carros não ficam presos nos engarrafamentos: ELES SÃO O ENGARRAFAMENTO.  Nenhuma cidade do mundo suporta 10% a mais de carro todo ano. Nenhuma tem ruas de borracha para ir esticando e acomodando todos.

Quando pessoas que deveriam defender soluções para o problema pensam mais em seus empregos, dá nisso.

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5 de setembro de 2012

SER OU NÃO SER...

Se HAMLET (aqui interpretado pelo ator inglês Kenneth Branagh)
trabalhasse na CTTU, estaria hoje em seu Grande DIA! 
Até que a Pompéia parece com ele...hummmm

Amigos...

Dilema antigo, mas Shakespeare é sempre atual.  Está sempre conectado aos dramas humanos, que mudam de época e circunstâncias, mas continuam iguaizinhos lá no miolo.

Hoje a CTTU vive um dilema desse tipo.  Cuidar da mobilidade de todas as pessoas ou só de quem usa os carros, eis a questão.  De um lado, ciclistas, pedestres, passageiros de ônibus e respectivas empresas e funcionários. Do outro, motoristas de carros.  No meio, o binário ARRAIAL-ENCANAMENTO, com sua ciclofaixa.  A solução implantada 30 dias atrás provocou muita polêmica, que parece até de encomenda, mas deixa essas implicações para outro momento.

O bafafá provocado pelos motoristas, agora privados de uma das faixas de tráfego, foi para cima de quem não é culpada: a ciclofaixa.  Sim, mesmo reduzindo em 1/3 a largura do espaço disponível para os carros e ônibus, ela não é culpada.  E não é porque quem compra um carro não compra a via PÚBLICA.  O espaço deve contemplar todos os modais de transporte, e não o faz. Ao invés de fazer SÓ a ciclofaixa, ela deveria ter feito também um canal exclusivo de ônibus nas vias.  Afinal são eles que transportam o grosso da populaçã.  Isso mostraria que a CTTU está ligada em quem transporta mais e quem precisa mais.  O carro é bom porque o transporte público é péssimo, mas é ruim porque usa uns 10 m2 da via, para transportar apenas 1,2 pessoas/unidade.  As vias deviam ser ocupadas essencialmente por ônibus, bons, confortáveis e pontuais, e por bicicletas para os pequenos trechos. Se vc realmente precisar do carro, para transportar uma pessoa de idade, ou filhos pequenos na escola, enfim, se você for encher o carro com pessoas e cargas e leva-las para vários lugares da cidade, então você vai dispor de uma faixa para você fazer isso. E SÓ! E não me diga que todo mundo tem uma mãe idosa para levar no médico TODOS OS DIAS. 

O problema é mesmo de egoísmo. Algo de luta de classes isso também, porque são sempre os ricos favorecidos (que usa o carro, sempre) e os pobres prejudicados (quem SEMPRE usa a bike, porque o ônibus é caro demais).

Por isso, existe a lei, para DECIDIR e pensar pelo poder público.  Gestor não pensa, não devia, mas tenta!  Gestor deve cumprir a lei.

Então deixa a ciclofaixa, faz uma faixa exclusiva para os ônibus, e diz com todas as letras, com todas as palavras ainda não ditas, com toda a força do poder público responsável por GERIR O PATRIMÔNIO PÚBLICO, da RÉ PÚBLICA, que o espaço público é de todos, e quem tem carro e insiste em usá-lo, tem de se acomodar a falta de espaço para todos os carros ao mesmo tempo, e preferir o ônibus ou a bicicleta.

Enquanto o poder público ficar dando uma de HAMLET, o Recife vai continuar parado!

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DE OLHO NA BIKE



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No aguarde!

Original ROGÉRIO LEITE @ 2010