26 de dezembro de 2015

FRENTE E VERSO...

EXEMPLO: de A a B. Rota mais simples é a laranja, mas tem uma quadra (em azul) na contramão. Rotas para carro, em verde ou roxo, longas demais... Ninguém vai esperar que a gente as escolha!

Amigos...

Aqui o problema da contramão se traduz melhor por ter duas opiniões, contrárias mas ao mesmo tempo complementares. 

Contrárias porque ninguém acha realmente correto pedalar na contramão do fluxo, não só porque é mais perigoso em caso de choque com os carros, mas porque cria surpresas inesperadas aos pedestres (que olham para o lado dos carros quando atravessam) e aos motoristas (que também olham os que vêm no sentido do fluxo).  Complementares porque quem pedala não acha justo um sistema viário que o obriga a dar longas voltas no trajeto projetado para os carros, quando uma ou duas quadras na contramão simplificaria seu caminho e esforço. Como o sistema viário tem de arrumar espaço para tantos carros, mais e mais voltas, retornos distantes, ruas laterais são envolvidas para tentar reduzir os engarrafamentos. Quase sempre, porém, causam mais engarrafamentos ou simplesmente os transferem para outro local.

Assim, dando continuidade as ideias, temos que acomodar conceitos de fluxos simples, caminhos curtos e seguros, com uma transgressão a lei ao pedalar na contramão.  A regra de pedalar sempre na direção do fluxo existe, mas foi feita numa época de menos carros, de fluxo mais direto entre A e B.  Agora, fica cada dia mais injusto ao nos obrigar a dar voltas e mais voltas seguindo a rota dos carros. E isso mesmo que seja muito divertido pedalar, às vezes, a gente precisa ir mais rápido. Portanto, a estrutura cicloviária deve seguir um conceito de rotas de interesse. Muitos críticos dizem que as ciclofaixas ou ciclovias ficam vazias enquanto ciclistas preferem ir por outras paralelas ou rotas diagonais. Mas será que o projetista pensa como ciclista? Será que entende o problema real de ir de A a B?  A pensar....

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22 de novembro de 2015

CICLOFAIXA MARCO ZERO - IGARASSU 1: AURORA

Fonte do mapa: GoogleMaps. Linha em vermelho = CICLISTA EM RISCO. Linha em verde = CICLISTA PROTEGIDO.
Série REPORTES ESPECIAIS

Amigos

A PCR anunciou a intenção de estabelecer uma rota turística com uma ciclofaixa ligando o Marco Zero a Olinda, e futuramente a Igarassu.  A despeito das "boas intenções", o projeto tem vários empecilhos no meio do caminho, e para nem falar nas ideias "criativas" de quem trabalhou nele.


A paisagem até pode justificar...

A começar pela travessia da Ponte Santa Isabel, entre a praça da República e a Rua da Aurora.  A sugestão "criativa" foi que os ciclistas DESMONTEM e EMPURREM a bicicleta pela calçada! Muito criativa. Esse pessoal devia ganhar um prêmio: o IGNOBEL - O PRÊMIO PARA PESQUISAS SEM PÉ NEM CABEÇA. Definitivamente, o projetista nunca subiu numa bicicleta, ou subiu apenas para fazer uma "foto política", se isso saiu da cabeça de quem eu penso!

Descendo da ponte, entramos na rua da Aurora, e o projeto sugere que a ciclofaixa vá pelo cais da Aurora, onde já tem mesmo uma ciclovia INFORMAL (1).  Informal porque não tem marcação, sinalização, nada que diga que é, mas também não diz que não é, e tem cara de pista de cooper ou ciclofaixa.  Então vamos admitir que os ciclistas sejam melhor protegidos indo pelo cais, o movimento é grande, mas afinal rota turística fica privilegiada pelo cais, paisagem linda na maré cheia.  Porém, na maré vazia é que o bicho pega.  O manguezal é um depósito de lixo que tem de tudo. De pneu, televisão, colchão, até uma infinidade de lixo pequeno, sacos, garrafas, etc.  Muito turístico, bem descritivo de uma cidade que vive no mangue, mas não satisfeita quer morar mesmo é no lixão!
...desde que não se olhe de perto!  Lixo de todo tipo!


Seguindo por essa ciclofaixa, começam alguns problemas.  Em determinado ponto ela faz a volta, mais ou menos na frente do prédio do Banco Central (2), onde uma área enorme de estacionamento interrompe as possibilidades de passagem. O mais provável, jogar o ciclista na rua.  Porque logo a frente, depois do estacionamento tem uma pequena praça que termina na grade da Associação Brasileira do Cimento Portland (3) e seu estacionamento, tudo praticamente colado com a Ponte Limoeiro. 

Resumindo, esse é o trecho que achei que seria mais seguro, mas que é apenas metade seguro.  Duvido que a PCR tenha coragem de tomar espaço do carro na rua da Aurora para colocar um caminho seguro para o ciclista, assim como também acredito que não terá força para tomar espaço da Associação do Cimento Portland.

O ciclista nesse trecho, continuará sendo um ninguém!

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obs: em breve analisarei outro trecho, ainda mais cavernoso: Aurora-Agamenon.

17 de novembro de 2015

NINJAS

Melhor ser "árvore de natal" vivo(a), que "descolado(a) fashion" morto(a)!  ILUMINE-SE! 
Foto: SE LIGA LINKS

Amigos...

Afinal, o que é que custa a todo ciclista tentar se fazer mais visível nas ruas à noite?  Será que um adesivo da 3M de 3 reais é caro? Que tal pelo menos usar um CD ou DVD velho como refletivo?  Ontem passei por uma garota, pedalando na ponte do Sport, 21h, sem uma única luzinha, sem um único reflexo. Por sorte a posição dela fazia um contraluz mais ou menos visível. E passou a questão na minha mente: porque tantos ciclistas se recusam a usar algo que os deixe mais visível à noite?  O que me pareceu pior foi que a garota estava com fones de ouvido, provavelmente ouvindo música, e portanto, desligada do risco que corria.  Na descida dessa ponte tem um acesso ao túnel, e os carros costumam entrar afoitamente, sempre tenho cuidado de tornar essa fechada mais difícil, e para isso, uso minha visibilidade.

Inegável a obrigatoriedade dos motoristas darem preferência ao ciclista, mas para isso, os ciclistas precisam ser vistos!  Já perdi a conta de quantos "ninjas" ciclistas já vi passar: o cara está todo de preto ou azul marinho, numa bike preta e sem refletivo algum, e totalmente dependente da luz da rua (que no Recife, some quando mais se precisa) ou dos faróis e da atenção dos carros.  Risco elevado!

Também precisamos fazer a nossa parte para termos segurança ao pedalar!

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13 de novembro de 2015

NOVIDADES ILUMINADAS...


Amigos...

Encontrei algumas novidades no TUVIE para o ciclista que gosta de andar "paramentado" como "árvore de natal" pelas ruas.  Quem acompanha os posts sabe que defendo o uso de ítens de visibilidade a noite.  Defendo porque ajuda a respeitar mais o ciclista e porque as ruas estão cheias de "ninjas": a bike é preta, a roupa é preta, e o cara não gasta um centavo com uma fita refletiva ou uma lanterninha que seja. Mas quer ser visto de longe e respeitado, o que fica difícil!?!

Bem, aqui dois produtos interessantes: um par de luvas com LEDs que viram sinalizadores direcionais; e um capacete que se incorpora a bike para sinalizar suas mudanças de direção.


Esses dois produtos são para aqueles que pedalam a noite nas ruas desprotegidas, como no Recife. Claro que se você usa uma boa rede de ciclovias e ciclofaixas, sua necessidade diminui quase a zero, vc não vai nunca precisar disso. Dá para se virar só com fitas refletoras. Mas no "mangue" que é o trânsito do Recife, qualquer ajuda é bem vinda!

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6 de novembro de 2015

DO QUE É PRECISO...




CICLOVIA DA PAULISTA, feita pelo Haddad, em vermelho.
Quem quer faz, quem não quer cria um Plano e fica enrolando em estudos intermináveis!
Foto: CIDADE EM MOVIMENTO.ORG

Amigos...

Observemos que no Recife, desde a administração de João Paulo, existiram umas poucas iniciativas para estabelecer o modal bicicleta como meio de transporte individual. Essas iniciativas são sempre de implantação de trechos cicláveis, ciclofaixas e ciclovias. E praticamente todas, ligando o NADA A LUGAR ALGUM.  Esse tema já foi muito discutido aqui no blog, observando a descontinuidade dessa infraestrutura.  Enquanto o mundo constroi caminhos conectados e interligados para a bicicleta, aqui esses trechos são usados como "calaboca" para o cada vez maior e mais incomodo contingente de cicloativistas e ciclistas nas ruas.  A PCR e o ESTADO DE PERNAMBUCO parecem dizer "OLHA TOMA ESSE TRECHINHO AQUI, QUE A GENTE ESTÁ ESTUDANDO COMO BOTAR MAIS..." e os estudos nunca acabam e nunca botam mais.

Vamos agora comparar com uma decisão política diferente: A VISÃO DE HADDAD e de PENALÕSA para Sampa e Bogotá.  A decisão é tomada, a rede é criada e implantada, sempre pensando em uma conexão viável. O resultado imediato é que uma vez percebida como rede integrada para uso de ciclistas, torna-se uma opção viável para além daqueles que já pedalam, e aumenta o número.  Comparamos com Recife onde as rotas são quebradas e sempre colocadas em ruas onde a necessidade não é tão premente. Com certeza a cidade ganharia muito mais se fossem implantadas rotas em grande avenidas como Caxangá, Abdias de Carvalho e na Imbiribeira. São avenidas de alto fluxo e onde o risco de acidentes é alto, mas a PCR não reconhece que os ciclistas também as usam. Criam uma fantasia de que o ciclista só vai usar aquele trechinho dado de má vontade. É impensável que se construa uma grande avenida que comece e termine no nada, mas as ciclovias e ciclofaixas podem começar e terminar jogando os ciclistas no meio de um trafego dos infernos! Afinal, a gente faz o que quando chega no final? Desaparata feito o Harry Porter?  Olhe as duas pontas da ciclovia de Boa Viagem e entenda. Olhe as duas pontas da ciclofaixa da Arquiteto João Nunes e entenda.

O que é preciso é ter prefeitos e secretários que realmente usem a bicicleta, usem o transporte público e sintam na pele o que todo trabalhador passa diariamente. Não se pode ter mais planos cicloviários feitos e não cumpridos, ciclofaixas inauguradas levando o nada a lugar algum, ou falsamente integradas sem que todo o conjunto faça sentido para quem usa.  Quem sabe a gente não acha um candidato em 2016 que seja mais corajoso  e capaz de "peitar" os carros sem ficar com "medinho" de ser rejeitado na reeleição!

#cicloviastododia  #cicloviasintegradas 

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4 de novembro de 2015

QUANDO AS RUAS TEM DONO...

Sinceramente?! Você acha que se resolvem os intermináveis engarrafamentos
do Recife sem que o poder público estabeleça realmente a retirada de carros das ruas e a
prioridade do transporte público e da bicicleta? 

Amigos...

Acredito que ainda tem muita gente que acha que rua foi feita para carros.  Uma suposição sem base histórica, percebida assim devido a grande atenção que o poder público dá a mobilidade individual por carro. As ruas surgiram do alargamento dos primeiros caminhos. As pessoas sempre precisaram se mover, seja inicialmente para a caça, depois a agricultura, finalmente nas cidades.  Os caminhos eram compartilhados com cavalos de montaria, charretes e carroças, a medida que as cidades se formavam.  Em algum momento pouco mais de um século atrás, surgiram os carros.  Uma evolução das charretes e carroças, trocando o cavalo por tração mecânica movida a combustível fóssil, carvão primeiro, depois gasolina e diesel.  Hoje, estão querendo a troca por tração elétrica, mas de certa forma, ainda carros, ainda ocupando um espaço que, por definição, é de todos.  E isso é algo que não se percebe mais.

As pessoas foram cedendo espaço para o carro, primeiro confinadas às calçadas, reguladas por regras de conduta tipo "pedestre na calçada, atravesse na faixa, espere o sinal".  Condutas ditadas para que não houvessem mortes por choques com os automóveis, cada vez mais privilegiados. Os humanos pedestres foram sendo empurrados, tratados como sem direitos.  Na lei, "protegidos" por regras que de alguma forma sempre privilegiam os carros. Falar em pegar parte das ruas e reservar para os ônibus ou para os ciclistas, vira uma guerra em qualquer parte de uma sociedade humana que trata o carro como uma extensão do seu direito de ir e vir. Uma pessoa em um carro NÃO é mais importante que um pedestre ou ciclista, PELO CONTRÁRIO. Uma pessoa em um carro NÃO tem como ser mais importante que um ônibus cheio de pessoas, MUITO PELO CONTRÁRIO.

Nossos governantes discursam sobre o compartilhamento do direito de uso das áreas públicas, denominadas de ruas. Mas poucos praticam efetivamente qualquer política que estabeleça um real compartilhamento, doa a quem doer.  Infelizmente, por culpa nossa que os elegemos.

#cicloviastododia

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O QUE NOS DISTANCIA...

Amigos...

Rolou muita trolagem por conta de uma matéria da ciclojornalista Renata Falzoni sobre a "divisões" que ocorrem entre ciclistas.  Divisões de opinião, de vida, de vontade, que criam grupos separados dentro desse grande grupo que estou chamando de ciclistas.  Mesmo esse termo causa debate, alguns que usam a bicicleta de forma política não achando que aquele que só pedala por esporte ou lazer pode também ser chamado de ciclista.

Mas vamos por partes.  Ciclista é quem usa bicicleta, PONTO.  Não tem complemento nessa frase.  Ou melhor, qq complemento que você quiser usar, serve e não deve nem limitar nem restringir.  O ciclista pedala, PONTO.  Se ele quer ir comprar pão a 15 km de casa como se estivesse indo na esquina, bom. Se ele quer levar o filho para uma volta na ciclofaixa, ótimo. Se ele deseja sair com os amigos para uma pedalada à noite, com carro de apoio e ainda está disposto a pagar por isso, e o dinheiro não é meu, problema dele.  Cobramos de todos tolerância sobre as opções alheias. Ninguém é mais tolerante que o ativista, quando se trata do ativismo alheio. Mas no seu mesmo, onde ele conhece os problemas, muitos são intolerantes, vivem comparando, fazendo piada e tratando os usuários não intensivos como inferiores ou menores.

O que Renata falou e é uma grande verdade, é que não temos que nos dividir, não temos de cobrar posturas. Quanto mais ciclistas nas ruas, quanto mais a bicicleta é vista, que seja até em um transbike, ainda sim é uma bicicleta, ainda sim existe um ciclista ali naquele carro que está com o transbike, melhor para todos os ciclistas. O que o cicloativista quer é que todos sejam cicloativistas ou se comportem como tal. A partir do momento que exigimos que quem pedala tenha o mesmo comportamento, começa a intolerância com a diferença. Se pensamos, somos diferentes.  E devemos acomodar todas as correntes sobre a mesma "asa", porque isso nos ajuda, ajuda a todos. Deixar alguém de fora, meter um rótulo qualquer que diminua o outro, é exercer a intolerância que só prejudica nossa pedalada rumo a uma mobilidade mais justa.

Assim, como já coloquei, concordo e defendo essa postura.  CICLISTA USA BICICLETA.  E SEM COMPLEMENTOS!

#ciclistausabicicleta

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2 de novembro de 2015

VEM CHEGANDO O VERÃO....DE NOVO!

Pedalar socialmente é bem diferente de pedalar esportivamente.
Socialmente, a baixa velocidade, mesmo no sol forte você sua muito pouco. 

Amigos...

Céu azul, nuvens zero. Sol forte, brisa constante.  Chegou o HELLCIFE.  Época em que a cidade torra e o povo corre para o ar condicionado, em casa e no carro.  Mas em tempos de crise, energia elétrica e gasolina "matando" o consumidor, rola o desespero.  Imagina um daqueles engarrafamentos da Agamenon sem o ar condicionado? Vai ser uma sucessão de "UM DIA DE FÚRIA". 

Aí ao lado, passa um ciclista. 

Putz, maior solão no miolo e o cara passa pedalando?!?! Deve estar matando, pensa o engarrafado.  Enquanto isso, o ciclista passa, ouvindo VEM CHEGANDO O VERÃO, O CALOR NO CORAÇÃO, ESSA MAGIA... Calor? Que calor? 

Quem não pedala tem a impressão que pedalar ao sol é como andar ao sol. E não é.  Ao andar, você se desloca a uma velocidade máxima de 3 a 4 km/h.  Se você andar mais rápido, cansa logo ou sua mais, mesmo na sombra. A brisa que pode diminuir sua sensação térmica, teria de ser de pelo menos 10 km/h contrária a você para fazer algum efeito.  De bicicleta, você anda a 14 ou 15 km/h, uma velocidade de passeio mesmo, sem pressa alguma. Mesmo que o dia esteja completamente parado de vento, você está se deslocando a 15 km/h contra o ar parado, logo, você está fazendo seu próprio vento.

Com uma eficiência altíssima (creio que mais de 95%), a bicicleta te leva onde você quer ir, mais rápido, de forma mais fresca, e sem suar demais.  Você provavelmente irá suar como se estivesse parado ao sol, ou menos.

Então, chegou o verão.  Qual vai ser sua desculpa para não pedalar?

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30 de outubro de 2015

CICLOVIA TODO DIA...



Que não se diga que faltam ciclistas.
Sem ciclovia já temos mais de 3.000 dia na Caxangá.
Pode imaginar se tiver uma bela ciclovia de ponta a ponta?
Imagem: AMECICLO/Contagem de Ciclistas 2015.


Amigos...

Tem um tempo que milito com os pró-ciclistas.  Fui um dos que tiveram alguma esperança quando viram o surgimento das CICLOFAIXAS DE TURISMO E LAZER que a PCR se dispõe a colocar com apoio do Banco Itaú, pelas ruas do Recife aos domingos e feriados, desde 2012.  Não era uma esperança vã.  São Paulo tinha começado com essa ideia e logo após, partiu para as primeiras ciclovias permanentes.  Hoje São Paulo tem mais de 300 km de ciclovias permanentes na cidade e o prefeito Haddad não está com vontade de parar de fazer mais quilômetros. Recife, no entanto, nem começou.  Com um discurso evasivo sobre a "necessidade de realizar estudos", aprovou um Plano Cicloviário que nunca saiu do papel. Um único quilômetro não foi posto a disposição dos ciclistas.

Enquanto isso, cresce o número de carros nas ruas, engarrafamentos quase que a cada metro.  E como reação natural estimulada justamente pelas ciclofaixas de lazer, dois fenômenos aconteceram nos últimos 3 anos.  Primeiro, o fim do grupos organizados de pedal trocados por grupos menores todo dia. Segundo, muitos dos novos ciclistas perceberam que pedalar no Recife é ótimo, pelo clima e relevo.  Mas como diz a piada, "você não sabe o povinho que vai morar lá".  Muita reação dos dependentes do carro a perder um metro que seja de rua, agressividade, violência.  E os políticos não tem coragem de tentar novas soluções para resolver um problema que não tem como ser resolvido de outra forma. Não dá para fazer viaduto em todo lugar. Então, a cidade continua sem mobilidade.

A própria ciclovia de turismo e lazer mostrou que tendo ciclovia, aparecem os ciclistas. Antes, num domingo ou feriado, se contava nos dedos quem pedalava sozinho ou mesmo em um grupo de pedal. Hoje, milhares aproveitam a segurança que ela propicia.  Tudo aponta para termos #cicloviastododia .  Mas a PCR se faz de idiota. Ano que vem tem eleição.  Será que outro incompetente vai continuar se negando a ver o óbvio?

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28 de outubro de 2015

QUAL VAI SER A DESCULPA AGORA?



Amigos...

Recife é uma cidade plana, pedalar aqui é uma maravilha. O mais complicado é subir alguns viadutos mais íngremes.  Muita gente também reclama que usar uma bike no nosso sol escaldante cansa, você sua demais, etc... Então, seus problemas acabaram.  Aqui está esse projeto de um pequeno equipamento que transforma facilmente sua bike numa e-bike.  Um pequeno motor que impulsiona a roda por baixo do pedal, movido por uma bateria que parece ser mais uma garrafa de água. Simples, elegante, eficiente.

Qual vai ser a sua desculpa para não pedalar agora?

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21 de outubro de 2015

DESINFORMA E ENGOLE...



Amigos...

Estava assistindo o Jornal da Manhã segunda edição, agora ao meio dia.  Matéria sobre os cruzamentos perigosos e o número de pedestres atropelados.  Claro, a culpa é só do pedestre que não atravessou na faixa.  Ou dos motoristas que competem pelo espaço público.  E a prefeitura, fica como?

Vamos observar as duas imagens desse post. Na primeira, o tal cruzamento citado na matéria, PAISSANDU COM AGAMENON.  Observem que caminho sugerido pela CTTU (A) para os pedestres é um "primor" de má-engenharia, voltada apenas para garantir que os carros passem mais rápido.  A CTTU pode até dizer que isso é culpa do MANUAL DE DESENHO DE RUAS.  Mas isso não é problema para os pedestres, idosos, gestantes, mulheres com crianças de colo, etc, que muitas vezes usam o caminho B, sem nem pensar que estão atravessando fora da faixa, porque é muito mais curto. Ai, são atropeladas e morrem. Culpa dos pedestres.  Quem em sã consciência vai fazer o caminho A tendo o B tão mais curto?



E o problema está em toda a Agamenon. Na segunda imagem, nem alternativa o pedestre tem.  Ele desce do ônibus na frente do Português e quer ir para os centros médicos do outro lado da Agamenon. Daannnnn, ele não vai dar a volta completa indo até a Paissandu para fazer o caminho A e voltar até os centros médicos. NINGUÉM que possa vai fazer isso. O mais lógico é se arriscar no meio do tráfego de carros em alta velocidade, especialmente na descida do Joana Bezerra. E isso se vê todos os dias.

O mais chato dessas matérias é que não existe por parte da mídia um posicionamento correto em defesa dos mais fracos. Ela fica repetindo a ladainha de atravessar nas faixas, sem nem ao menos, observar que nem sempre existe a faixa para se usar de forma conveniente.

E isso é a cidade com prioridade ao pedestre e usuário do transporte público!

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16 de outubro de 2015

MINHA MÃE É UMA CARROCRATA...



Amigos...

Uma afirmação forte, mas minha mãe é uma carrocrata.  Aos 81 anos, ela não consegue mais se locomover se não for andando ou de carro.  Andar apenas para perto de casa e geralmente acompanhada, porque as calçadas não prestam.  Antes ela usava muito o sistema de ônibus do Recife, ia para todo canto sozinha porque entendia o quanto era difícil ir de carro para alguns lugares (mas se pudesse, ia de carro!). Mas hoje ela não consegue mais.  Os ônibus são muito altos para ela conseguir subir sem ajuda.  Sorte dela que pode pagar taxis ou que tem o filho que a leva para onde quer de carro. Mas ela não é carrocrata só por isso. Ela realmente aprecia o carro, gosta dele limpo, paga por isso.

Mas até ela está espantada com a quantidade de carros nas ruas. Costumo leva-la as compras de mês, aos médicos e exames, ou simplesmente para passear em algum shopping da cidade.  E todas as vezes, ela comenta que "essa rua não era assim", "olhe quanto carro, meu Deus".  Ruas que antigamente eram vazias, quando ela dirigia - até uns 8 anos atrás - hoje estão entupidas de carros estacionados.  Resultado de várias políticas erradas de um presidente analfabeto e sua cupincha, que tinham conceitos errados sobre mobilidade, espelhando tanta gente que acha carro motivo de status. Ou que tentavam a todo custo proteger empregos sempre de olho em não perder votos. 

Minha mãe também achava que ter um carro, dirigir um carro, era motivo de status e de liberdade de ir e vir.  Mas até ela entende que tem algo errado hoje, que as "soluções" foram erradas. Pensar que todo mundo tem de ter um carro, por ascender a um status econômico mais elevado, é um erro. Erro dela, erro dele, erro que atinge a todos, especialmente as pessoas realmente necessitadas de um carro, como ela e tantos outros idosos.

Isso, nossos governantes ainda não entenderam.

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14 de outubro de 2015

O TÍPICO CICLISTA DO RECIFE...

PREFEITO BÓRIS JOHNSON, de Londres.  Uma simples pesquisa de imagens com o nome dele em bike, oferece dúzias de imagens do mesmo tipo.

Amigos...

Inspirado pelo artigo publicado no THE GUARDIAN sobre os obstáculos culturais aos planos ciclísticos do prefeito de Londres, BORIS JOHNSON, resolvi refletir um pouco sobre os desafios sociais que temos ao pensar numa Recife ciclável. 

Boris deseja uma Londres cheia de ciclistas de todas as idades, etnias, gêneros, etc, mas enfrenta vários desafios culturais dos seus cidadãos.  A grande parte dos ciclistas diários lá são tipicamente homens, brancos, com menos de 40 anos, e com salários médios e altos.  Em pesquisa realizada por lá, os ciclistas são descritos como alguém ligado ao meio-ambiente, muito independente, de esquerda e vegetariano.  Resumindo, uma pessoa que sabe o que quer, que vive em um estilo que muitos consideram alternativo. Sob vários aspectos, usar a bicicleta lá é considerado "burguês" e não atrai nem aos afrodescendentes, nem os muçulmanos, nem a maioria das mulheres, nem aos asiáticos de Londres com a mesma frequência que aos demais.   Para essas etnias, se você faz sucesso compra um carro, e bicicleta é lazer ou coisa de criança.

Parece o Recife, de certa forma.

Até uns 4 anos atrás, os ciclistas que escolhem usar a bicicleta como meio de transporte diário eram homens de baixa renda, afrodescendentes em algum grau.  Ainda lembro do espanto que tiver quando soube que um amigo, programador em uma grande empresas, branco, classe média, saía da Torre e ia até Boa Viagem quase todos os dias de bicicleta para trabalhar. Era uma exceção quando pessoas de classe média só tinham coragem de pedalar na "manada" dos grandes grupos noturnos de pedalada.   Então, apareceu a ciclofaixa de lazer e turismo aos domingos e feriados que colocou o "gostinho" de pedalar na cabeça do "burguês", mesmo que ainda tímido.  Enquanto isso, os desgovernos federais facilitavam a vida do comprador de carros, as cidades se entulhavam, e mais e mais pessoas iam aderindo a bicicleta como meio de transporte a partir de suas experiências com as pedaladas de lazer.  Assim, hoje temos um mix maior de ciclistas do dia a dia, mesmo que em sua grande maioria ainda possa ser descrita como homens, afrodescendentes e de baixa renda. Mas a fatia da classe média vem crescendo entre os homens com perfil aproximado aos de Londres, homens, brancos e bem empregados. Infelizmente, ainda tem muita gente que pensa e age no modelo já ultrapassado de que "carro dá status", mesmo não saindo do lugar em intermináveis engarrafamentos.

Enfim, desafios culturais levam tempo para serem ultrapassados, e de certa forma, é bom ver que enfrentamos desafios similares aos de uma cidade considerada civilizada.  A grande diferença é que para nossa infelicidade, os nossos prefeitos não chegam aos pés de Bóris!

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7 de outubro de 2015

EMBARANGANDO 101


O embarangamento pode ter "função" adicional. Aqui, uma tira de borracha de câmara de ar foi usada para esconder as marcas da bicicleta e proteger o quadro contra arranhões dos suportes de bicicleta. Boa idéia! Foto: BIKE COMMUTERS

Amigos...

Estava lendo a BIKE COMMUTERS sobre o uso do EMBARANGAMENTO de bicicletas para evitar ladrões.  Embarangamento é a arte de disfarçar sua bicicleta como se fosse um bagulho, um "resto de feira", e não uma quase top-top chamariz de ladrão.  Não sei se isso funcionaria bem aqui no Recife, onde os larápios se contentam com qualquer R$10,00 para uma pedra de crack. Mesmo assim, creio que desestimula os ladrões mais sofisticados, mais "entendidos" no assunto bicicleta.  Acontece que é difícil embarangar sem prejudicar a performance - em alguns casos.  As bicicletas de corrida são normalmente sofisticadas e cheias de adesivos dizendo "me roubem", "me levem"... são equipamentos de ponta, caros, sofisticados, e que depois de roubados são passados por uma fração do preço - ninguém, além do dono, vai atrás - a polícia vai rir se o cara disser que pagou 20Mil numa bicicleta (e muitas custam até o dobro!).  As bicicletas de uso normal, todo mundo gosta de manter limpas, e muita gente até se vangloria: "A minha tem quadro de carbono, pesa um nadinha, e o grupo é top...", mesmo que use só na ciclofaixa de Lazer. 

Quando comprei a VIÚVA NEGRA (sim, Natasha Romanova, sim sou NERD!), em 2008, ela veio cheio de belos adesivos, que eu já avisado, retirei. Ela ficou então uma "pretinha básica".  Para embaranga-la, adesivei com refletivos de caminhão da 3M, cortado em tirinhas e colado no quadro, e fazendo o símbolo da aranha viúva negra (dois triângulos vermelhos).  Faziam ela muito visível num cruzamento à noite. Mas o tempo passou, e o quadro da Viúva teve uma ruptura insanável no suporte do canote.

Então veio a TROVÃO AZUL (sim, sou nerd mesmo!).  E piorou a situação.  O quadro não tem adesivos, mas relevos pintados, que não podem ser retirados. Embaranga-la ficou mais difícil. Tudo bem que encho ela de coisas, como bagageiros, cestinha, etc... mas isso só valoriza.  Bem de qq jeito, ficou difícil deixa-la feia e resolvi arriscar usa-la assim mesmo. Até agora, passou batido pelas "hordas drogadas".  Oremos...

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29 de setembro de 2015

BATENDO E REBATENDO O ART. 201 DO CTB.

Novas ideias de adesivos para carro...
Amigos...

CTB/CAPÍTULO XV - DAS INFRAÇÕES / ART.201:
Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinquenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:  Infração - média; Penalidade - multa.
A multa é de competência municipal, no valor de R$ 85,13 e leva 4 pontos na carteira.  Existe mais dois artigos gerais do CTB relativos a essa distância de ultrapassagem (art. 29, II e art. 29, XI, b).
O artigo 29, inciso II prevê: “o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas”
E o artigo 29, inciso XI, b estabelece que: “todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá: ... b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma distância lateral de segurança”.

Isso posto, deixando as coisas mais claras, não existe uma obrigatoriedade de REDUÇÃO DE VELOCIDADE por parte do veículo ao ultrapassar bicicleta, vai depender das condições da pista e do tráfego no local e no momento.

Acontece que o julgamento do motorista sobre a velocidade de ultrapassagem de um ciclista é sempre para mais, nunca para menos. Uma avenida vazia, sem tráfego, enseja que o motorista ande na velocidade limite da via, que na maior parte dos casos é 60 km/h. Nessa velocidade, mesmo ele transitando em outra faixa que não seja a que o ciclista está usando, o deslocamento de ar é muito forte. Para nem falar no alerta que dispara no ciclista quando ele ouve o motor se aproximando em velocidade.

Ciclistas novatos, então, sofrem sustos a todo momento quando se arriscam a pedalar em vias vazias, o que não deveria acontecer. A construção de espaços reservados ao ciclista nas ruas, as famosas ciclovias, tem então um papel importante na expansão dos usuários, não só porque os ciclistas veteranos passam a se sentir mais seguros quanto os novos passam a crescer pedalando em um ambiente sem sustos.  Sustos que com toda certeza, estragam o seu e o meu prazer de pedalar!  Se pelo menos houvesse um dispositivo legal que delimitasse uma velocidade máxima ao ultrapassar ciclista?!?!

ERRATA... SEGUNDO LAURO,
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Existe sim, mas é subjetiva:

Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito:
....
XIII - ao ultrapassar ciclista:
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Vc tem razão, Lauro.  Sempre fico espantado como se consegue ser complicado quando se escrevem as leis no Brasil. 19 artigos e um sem número de incisos depois do art 201, tem a redução da velocidade... Obrigado.

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23 de setembro de 2015

NOVA CAMISETA...

COPYRIGHT: GERO DESIGN @ 2015
Amigos...

Tem um tempinho que ando com uma imagem assim rodando nas idéias... um escudo com asas contendo um ciclista.  Fui arredondando e trabalhando o conceito. Para uma nova camiseta de pedalada e adesivos para carros de motoristas conscientes. Ficou legal?

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20 de setembro de 2015

PÃO E CIRCO...

Infelizmente, apenas uma pequena minoria luta para conseguir algo que seria maravilhoso para grande parte da sociedade, mais carente e que usa a bicicleta todos os dias. A grande maioria da população permanece sendo enganada pelos "circos" armados para iludi-los.

Amigos...

Nero tentou apaziguar os ânimos dos romanos distribuindo pão e matando cristãos no Coliseu.  Da mesma forma, nossos governantes tentam ludibriar, iludir, dar um cala-boca em todos que usam a bicicleta no dia a dia. São pessoas simples, incapazes de perceber o engodo e dizer não a "passeios" ciclísticos (= circo!), como os promovidos pelo Governo do Estado ou a Prefeitura. Gritar que precisam das ciclovias e ciclofaixas todos os dias e não apenas a "esmolinha" semanal da Ciclofaixa de Turismo e Lazer (= circo!). São pessoas acostumadas a "tomar no lombo" a vida toda, tratados como "escravos modernos", incapacitados de reação pelo medo, pela inferioridade e pelo endeusamento que fazem dos políticos.  Infelizmente.

São 592 dias de mandato do sr.Geraldo Júlio a frente da PCR. E as ciclovias não passaram do discurso. Não fizeram quando tinha dinheiro e agora usam a "crise" para desviar os recursos para asfalto.  Existiam 76 milhões destinados as ciclovias no orçamento do estado em 2014.  Não gastaram nada. Agora, gastam 75 milhões para recapear as ruas e avenidas, mas não tem um centavo para as ciclovias.

São as prioridades e a falta de decisão política.  Falta de coragem, falta de vontade, falta de pressão. Mas como pressionar se quem precisa, endeusa esses covardes, e teme sua reação? Como fazer o usuário diário, aquele que precisa, endeusa e teme, se levantar e resgatar parte do espaço público que também é seu?

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18 de setembro de 2015

PROTEGENDO CICLISTAS




Amigos

Eu não sei vocês, mas quando estou dirigindo, faço o possível para garantir segurança a qualquer ciclista que esteja no meu caminho.  Nem sempre é fácil, normalmente quem pedala gostaria de ver esse tipo de atitude em todo e qualquer motorista. Mas a regra é outra, e ficamos sempre na defensiva quando se trata de carros se aproximando.

E toda vez, observo que na maior parte das vezes, sou a "andorinha solitária", que cria a barreira para os outros e aguenta o buzinaço impaciente dos estressados que vem atrás de mim. Paciência.  Daí veio a inspiração para essa nova série de adesivos. Eu ainda não tirei do computador, estão na concepção ainda. A ideia é chamar a atenção dos veículos que vem atrás de mim que naquele momento de lentidão, eu estou protegendo um ciclista, e que ele tenha calma ou enfie a buzina dele onde bem sabe! 

Depois verei como produzo alguns.

Em tempo, desculpe a ostentação da minha marca de criação, GERO DESIGN. Essas ideias são abertas, podem ser copiadas, impressas e usadas gratuitamente, sem fins comerciais. As únicas coisas que exijo são manter meu copyright intacto, e que os desenhos não sejam usados por empresas ou blogs comerciais sem um acordo comercial adequado.

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16 de setembro de 2015

RECLAMANDO DE BARRIGA CHEIA...

RECIFE, UM DIA QQ EM MEIO DO INVERNO...
COPYRIGHT DA FOTO: ROGÉRIO LEITE @2015
PROIBIDA REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO E CRÉDITOS.


Amigos...

Lembro que quando recomecei a pedalar, saía de madrugada e as ruas estavam vazias, de carros e de gente. Foi o tempo da "grande ciclovia do Recife", quando só quem andava cedinho eram os poucos trabalhadores que queriam ir de bike para o trabalho. Foi pelos idos de 2008-2009. Seis ou sete anos depois, 2015, e voltando a pedalar de madrugada me deparo com trânsito, muita gente nas paradas de ônibus, muitos ciclistas ainda (mas agora de outro tipo, de capacete, equipados, etc). Mas o que antes rolava às 6:30, agora acontece ás 5:30 da manhã. Cada vez é preciso acordar mais cedo para conseguir chegar no trabalho em um horário decente, enfrentando ônibus lotados e tráfego endemoniado. Já era culpa do carro naquele tempo, hoje então nem se fala.

Bem, mas a crise está ai, batendo na nossa porta. E mesmo sem gostar, tenho de admitir que ela terá um papel muito útil. Teremos agora a oportunidade de perceber o quanto se gasta com um carro particular apenas por um ar condicionado e musiquinha para ficar preso nos engarrafamentos. Temos a oportunidade de perceber que Recife tem um clima ótimo e quem sabe teremos um boom de ciclistas na cidade. Moscou passou de 150.000 bicicletas em 2014 para quase 2.000.000 em 2015, e com o povo pedalando em temperaturas ABAIXO DE ZERO... E o povo reclamando de pedalar entre 25 e 30°C o ano todo?!?!?! E quem achar que isso é quente, lembre que vc estará pedalando a 14 km/h - velocidade extra-baixa - e com uma brisa passando por você e abaixando sua sensação térmica para uns 20°C.

Quer mais o que para tirar essa bunda gorda do assento do seu carro e sair para ver o sol pedalando e aquecendo sua alma!?!?

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RECIFE, UM DIA QQ EM MEIO DO VERÃO...
COPYRIGHT DA FOTO: ROGÉRIO LEITE @2015
PROIBIDA REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO E CRÉDITOS.

13 de setembro de 2015

CICLOVIA DA CAXANGÁ...

Amigos...

Reza a lenda que a Caxangá é a "maior avenida em linha reta do mundo".  Quando começaram as obras da Copa, a ideia era colocar um BRT e uma ciclovia ao longo de sua extensão.  Era.  Seria a glória uma ênfase ao transporte coletivo e ao individual com bicicletas, mas como sempre, saiu pela metade e ainda mal feito: o BRT cheio de pepinos, e um projeto para uma ciclovia sem pé nem cabeça que "voltou para estudos" e agora é que não sai mesmo! 

Desde 2008, eu posto a relação dos ciclistas com o tráfego na Caxangá. Quem quiser ver mais pode usar minha caixa de busca, o FUTUQUE AQUI, com a palavra CAXANGÁ.  Acompanhei a evolução do túnel da Abolição. A implantação do BRT pela metade, e até avaliei a maluquice que seria a tal ciclovia em cima de calçadas e junto aos negócios. Tudo para preservar o espaço do carro, sagrado carro, divino carro que não pode ser contrafeito. 

Resumo, deixei de andar de bike na Caxangá.  Antes, o sistema de ônibus era central, com os carros a gente conseguia se entender. Agora, os ônibus estão dos dois lados da via, agoniados, correndo, pressionando ciclistas. Mesmo assim, mais de 3000 ciclistas percorrem trechos da Caxangá nos dias úteis, segundo a última contagem da Ameciclo.

Quando a PCR e o governo do Estado irão cumprir suas "promessas", ninguém sabe! Eu já perdi a esperança.  A verdade é que falta coragem aos nossos dois governantes e agora tmabém falta dinheiro (lavado e comido a jato!) para "se indispor" com 10% da população que usa carro, mesmo se indispondo contra o resto que se lasca num BRT mal feito, na falta de terminais de integração (prontos, criando mato!) e de ciclovias decentes.


Eles ainda não entenderam que isso vai custar a reeleição deles.

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27 de agosto de 2015

INTERESSANTE OBJETO DO DESEJO...


Amigos...

Gostei desse dispositivo.  Quem criou, pedala. Sabe como é interessante que um dispositivo assim seja a prova de larápios, água, lama, sujeira.  Preferia que a luz frontal fosse maior e mais forte, mas é um problema de cada cidade. Algumas são mais escuras e tem mais buracos, como o Recife!

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23 de agosto de 2015

MELHORANDO ESSA REAÇÃO...

Amigos...

Hoje de madrugada, enquanto pedalava pela cidade, tracei uma interessante analogia que agora divido com vocês.  Talvez alguns não saibam, sou químico. Em química existe um ramo que estuda o EQUILÍBRIO das reações, quando os reagentes reagem para formar produtos, e ao mesmo tempo e intensidade, produtos se decompõem em reagentes.  A maioria das reações químicas não é maravilhosa, e muitas vezes a quantidade de produto formado no equilíbrio é mínimo. Chega até aquela quantidade e fica!  Cabe a quem estuda essa reação alterar as condições da reação para que ela apresente um bom rendimento. Que graça teria gastar uma tonelada de reagentes para obter um quilo de produto? Para isso, então, estudamos o equilíbrio e como podemos desloca-lo para aumentar esse rendimento. Aumentar ou diminuir a pressão, aumentar ou diminuir a temperatura, variar as quantidades relativas dos reagentes, ou se tudo falha, usar um catalisador, uma substância que facilita de alguma forma a reação.  Claro, pode ser que seja preciso combinar várias ou todas essas alterações para que o equilíbrio seja afetado significativamente.

E o que tem isso a ver com bicicleta e mobilidade, homem de Deus?

Ora, trânsito é como o movimento molecular durante uma "reação".  Carros, motocicletas, ônibus, bicicletas e pedestres se misturam.  Todos reconhecem que essa "reação" anda empacada.  O "rendimento" dela é baixo, demora muito até atingirmos os produtos (o nosso ir e vir sem problemas).  Do ponto de vista do trânsito que nós ciclistas queremos, fluindo sem problemas, sem barreiras e seguro, acreditamos que a remoção dos carros seria o ideal.  Reduzir esse "reagente" melhoraria o fluxo rumo ao nosso "produto". Mas isso não vai rolar de graça, porque esse "reagente" é muito abundante e gruda nas ruas. Reduzir os carros se consegue com melhora significativa do fluxo dos ônibus, mudança de cultura em geral, e melhora do fluxo para os ciclistas com ciclovias em grandes corredores.  A segregação parece ser um erro, dizem alguns, que deveria era haver respeito.  Mas as vias já são segregadas nos dias de hoje.  Todos com veículos pelo meio, todos sem veículos (pedestres) pelos cantos.  Nos corredores isso é óbvio. Agora, criam as faixas azuis, para segregar os ônibus e deixa-los fluir melhor.  Se construirem ciclovias, isso irá segregar mais, organizando o trafego nos corredores, onde corremos mais perigo devido a velocidade dos carros.  Ciclovias irão reduzir o medo de usar a bicicleta, outro processo que afeta nossa expansão.  Quase todo NÃO-ciclista questiona se existe risco ao pedalar na cidade. Ciclovias, praticamente acabam com esse medo. E isso já está sendo visto...em São Paulo.

Haddad, prefeito de Sampa, resolveu agir como catalisador, implantando as ciclovias na cidade. Ao fazer isso, mudou a composição do trânsito, diminuindo o número de carros,a  pressão do sistema público de transportes, e aumentando a quantidade de bicicletas nas ruas. No resultado geral, melhora da "reação". 

Recife tem condições estruturais ruins em alguns lugares, mas dizer que a Imbiribeira, Agamenon e Avenidas Norte e Sul não comportam uma ciclovia segregada é uma besteira.  Essa podia ser a solução, se o "nosso catalisador", modelo GEJU, não fosse tão ruim de química.  Pena!


Resumindo, tomar medidas que ofereçam alternativas seguras e mais eficientes para obter o "nosso produto" (retirar carros, melhorar muito os ônibus e construir muitas ciclovias) vai melhorar muito a nossa relação.




Isso se o cartel que controla a cidade deixar.

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19 de junho de 2015

PODIA SER, MAS NÃO É...

Fonte: Site da ASCOBIKE!

Amigos...

Tenho conversado muito sobre política de bicicletas, serviços e outras coisitas mais com Maria Helena, minha companheira, desde 2008!  Ela está fazendo um TCC sobre o BIKE PE, e a gente fica trocando umas ideias sobre o assunto!  Hoje ela me mostrou a ASCOBIKE - Associação dos Condutores de Bicicleta, em Mauá-SP.  

Eles gerenciam o maior bicicletário das Américas, com 1700 usuários por dia.  O bicicletário fica ao lado da estação de trem da CPTM no centro da cidade.  Estávamos comparando as fotos no site deles com um "gêmeo" em Brisbane, na Austrália, que já apareceu aqui. O de Mauá é simples, mas atende e a um custo baixíssimo.

Enquanto isso, no Recife, temos postes, árvores, grades de muro, etc.  Parece que existe uma lei para obrigar a construção de bicicletários. Mas falta interesse.

Realmente várias coisas faltam para implementar a bicicleta como modal de uso mais intenso na sociedade recifense: educação aos motoristas, algumas ciclovias em avenidas de alto fluxo,  ciclofaixas em alguns locais menos arriscados, e também, bicicletários, paraciclos e infraestrutura para o usuário nas empresas.


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13 de junho de 2015

...O POVO QUE SE EXPLODA!

Amigos...


As pessoas de baixa renda usam a bicicleta. É o veículo mais barato existente, eficiente em pequenos deslocamentos, de baixa e simples manutenção.  Não é a toa que existem mais de 5 milhões de bicicletas no região metropolitana do Recife, muito mais que carros.  Em toda a cidade, para onde nos viramos, vemos gente pedalando, indo ao trabalho ou passeando.

Mas os nossos políticos não veem isso.

As pessoas de baixa renda também usam o transporte coletivo.  Quem está empregado, recebe o vale transporte para ajudar sua locomoção. O sistema é fraco, mal organizado, com problemas de mobilidade causado pelos carros.  Os ônibus andam atrasados, lotados, o acesso segue a lei do mais forte, os terminais integrados são uma bagunça.

Mas os nossos políticos não querem saber disso.

Os nossos políticos se interessam em "gerar empregos" na indústria automobilística nacional e em suas milhares de derivações.  São postos de gasolina, oficinas, lojas de usados, concessionárias, e indiretamente a Petrobras que fornece os combustíveis, fabricantes de ferramentas, agências de publicidade e jornais que anunciam carros e mais carros. É muita gente empregada, dependente de um modelo de cidade dos anos 50 e do qual não saímos ainda. Mas também é muito imposto, dinheiro que o governo quer e precisa, e não vai querer abrir mão nunca.

Em todas as esferas, do federal ao municipal, o que se observa é que os inúmeros governos "socialistas" ou "social-democratas" pensam primeiro em si, depois em si, depois em si de novo. Pensam quem vai pagar suas campanhas, quais indústrias e negócios que não podem ser tocados para poderem continuar mantendo seus empregos através de seguidas eleições.

E nessa, o povo apenas quer ter uma vida simples e poder ir ao trabalho na sua bicicleta ou no seu ônibus, com dignidade e segurança, e quer voltar vivo para ver a família cresce, dar estudo e qualidade de vida a eles.  Sem precisar de um carro.  Isso é a grande maioria.  Isso é o que o povo deseja...

Mas na cabeça do político, o povo é apenas massa votante. Os desejos e aspirações dele não contam realmente, exceto na hora de conquistar o voto com mentiras e invencionices.  Realmente, O POVO QUE SE EXPLODA!

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21 de maio de 2015

CIDADES DOS CARROS: SINALIZAÇÃO...


Amigos...

O carro tirou das pessoas a possibilidade de observar coisas simples, fazer coisas simples.  Atravessar uma rua, para um pedestre numa cidade desenhada para carros é uma tortura. O fato é que cidades onde o carro manda, as regras são feitas para os carros.  É quase impossível não quebrar algumas dessas regras quando você está de bike ou a pé, porque bikes e pedestres não são carros, é óbvio! 

Os carros são movidos à motor, e a energia necessária para isso não é diretamente sentida pelo motorista. Por outros lado, as bicicletas são veículos de continuidade, o consumo de energia a cada pedalada para manter a velocidade é mínimo. Cada parada, cada retomada, consome muito mais energia, cansa, frustra. Cidades sem infraestrutura para pedestres e ciclistas ou com infraestrutura desenhada numa situação claramente PRÓ-CARRO, mostram isso de forma muito clara na sinalização. 

Estamos cheios de exemplos de sinalizações SOBRE O CARRO PARA O CICLISTA OU PEDESTRE.  É o pedestre ou o ciclista quem tem a obrigação de RESPEITAR O CARRO, CUIDAR DO CARRO, EVITAR O CARRO, em clara inversão dos papeis previstos no CTB.  E isso mesmo com a grande quantidade de pedestres nas ruas e com a crescente quantidade de ciclistas para o trabalho nos últimos cinco anos.  Olhe alguns exemplos aqui no Recife:
  1. Não se vê renovação das faixas de pedestres, pintam quando dá vontade, levam anos sem pinta-las!  Não existe respeito por elas.
  2. Mesmo quando o espaço tem faixa de pedestres, essas são projetas para proteger o tempo do motorista. É comum em cruzamentos obrigarem o pedestre a fazer o caminho mais longo para poder atravessar em segurança, apenas para evitar reduzir o tempo de tráfego dos carros.
  3. Sinais de pedestres levam vários minutos para abrir, e poucos segundos para fechar, violando o estatuto do idoso, as regras de acessibilidade para deficientes motores, mesmo quando estão ao lado de um posto de saúde ou hospital.
  4. Ciclofaixas fixas são construídas com placas lembrando ao CICLISTA que ali tem uma saída de CARRO, mas sem nenhum aviso ao motorista de que ali tem uma ciclofaixa!?!
  5. Mesmo em grandes avenidas com espaço bastante, com canteiro largo, com calçadas ainda mais largas e muito pouco usadas, como na Mascarenhas de Morais, onde sobre espaço para a colocação de uma ciclovia fixa ou de pintar pelo menos uma ciclofaixa fixa, não se coloca, PARA NÃO PREJUDICAR O TRÁFEGO DE CARROS!?!!
Enfim, a cidade foi tomada aos poucos pelos carros. Foi tomada da população, a maioria acuada, calada, revoltada mas sem voz, sem vez, sem tempo.  Só resistindo conseguiremos resgatar o espaço que já foi nosso! É isso ou saudar seu rei...

IMPERIUS MACCHINA!

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19 de maio de 2015

CIÊNCIA...AH, CIÊNCIA!


BORIS, prefeito de Londres, é meu ídolo.  Também não só diz que faz, não só se mostra fazendo, mas trabalha para que outros façam.  Porque GEJU não se espelha nele?!

Amigos...

Como cientista, sempre aprecio quando a ciência comprova alguma coisa que a gente já sabia. Mas claro, com aval da CIÊNCIA, a coisa ganha repercussão, status, qualidades essenciais para ser julgada VERDADE! Nem sempre é, tantas as reviravoltas da própria ciência, mas na maior parte dos casos é assim, e funciona. Os cientistas não são infalíveis, e se estamos errados, ou nos descobrimos errados em algo, refazemos tudo.

Bem, acabo de ler algo assim, comprobatório do que já sabemos na Treehugger.

Está estressado no trabalho? PEDALE!  Isso não é novidade. Todo mundo que pedala sabe que o mundo adquire novas cores, novos aromas, novas nuances quando se pedala.  Mas agora, dados coletados por sistemas de acompanhamento de respiração e taxa cardiáca durante o dia, foram analisados por cientistas de Stanford, prestigiadissima universidade na Califórnia, berço do Vale do Silício.

E os cientistas comprovaram o que todo mundo já sabia... que o mundo adquire novas cores, novos aromas, novas nuances quando se pedala!

Leia mais (em inglês) no link acima.

Ou não leia, experimente por um mês e veja se consegue deixar!

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21 de abril de 2015

HUMANOS DE BICICLETA NO RECIFE



- Quando foi que você começou a pedalar todo vestido de cor-de-rosa?
- Em 2009, no Corujaqueira.
- E porque rosa?
- Para ver a reação da galera. Para instigar...

Isaac Heleno, conhecido por Rosado, já pedalou semi-esportivamente por quase todo o estado de Pernambuco e várias cidades do Nordeste. Já foi a Petrolina e voltou em uma semana, e mais de uma vez.  Já esteve em Agripina, Fortaleza, Salvador, e para aquecer, vai ali em Bezerros, Gravatá, por aí.  É personagem bem conhecido pelos ciclistas da cidade e pelo seu lema "chutaaaaa"!

ISAAC "ROSADO" HELENO pedala o Recife!

20 de abril de 2015

TAMBÉM ACONTECE POR LÁ, MAS, SQN!

FONTE: TREEHUGGER

Amigos...

Estava passando os olhos por um artigo da Treehugger sobre acidentes envolvendo ciclistas em Londres e Toronto. Como digo, as pessoas de qualquer lugar do mundo são iguais. Elas tem pressa, elas são descuidadas, elas tem filhos pequenos e pais idosos, elas tem vidas como as nossas. E claro, cometem erros como os nossos.  E alguns matam como em qualquer lugar do mundo. A diferença? Lá quem faz isso é punido, preso, paga e sustenta a quem matou ou mutilou! Aqui? Vira piada de mau gosto!

Fiz uma tradução livre e adaptei o texto daqui!
Leiam e ilustrem-se...

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A indústria de construção civil deve assumir a responsabilidade por mortes de ciclistas
Quatro em cinco mortes de ciclistas em Londres foram causados por caminhões basculantes. Uma delas foi Moira Gemmill, uma figura importante da arquitetura e design na cidade.  Importantes arquitetos agora estão lutando para que construtores e arquitetos se esforcem e exijam motoristas treinados e equipamentos de segurança nos caminhões para evitar mortes assim. O motivo? Muitos motoristas são empregados ou donos dos caminhões, e com dívidas, hipotecas, etc, se apressam para fazer mais viagens, se tornando mais descuidados. A polícia sempre esteve ciente, mas só tomam medidas depois das mortes.

Os caminhões de construção são justamente apontados como os piores criminosos. Muito tem sido feito para resolver estas questões, como sinais na parte de trás do veículo para evitar que ciclistas ultrapassagem na esquerda para dentro, sinais de ficar para trás, sinais para comunicar que o veículo faz paradas regulares e assim por diante. No entanto nada desse tipo pode eliminar totalmente o perigo evidente de ter tais veículos nas ruas e avenidas.

Em Toronto, o desrespeito aos ciclistas em locais de construção é chocante. Ciclovias são pátios de estocagem de construção, os ciclistas são empurrados para os corredores de tráfego de alta velocidade, e as estradas são fechadas. Em um caso extremo, cones de sinalização foram fixados no meio de uma grande ciclovia.

Quando há uma morte no canteiro de obras, os responsáveis pela segurança da obra  fecha o canteiro por semanas para a investigação. Mas, quando um caminhão de lixo espreme um ciclista, é apenas um acidente inevitável. Se cada incidente com um veículo de construção fosse tratado como um acidente de construção, com certeza as coisas iriam mudar muito rápido.

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13 de abril de 2015

AÇUDE DO PRATA

Mapa APROXIMADO da rota. Faltam 3,5 km, porque o programa que acompanha fechou inesperadamente no começo do trajeto.  Esse mapa foi feito de memória.

Amigos...


Segui o APS para conhecer o Açude do Prata.  Queria conhecer o açude já tem algum tempo.  O Açude do Prata fica dentro da reserva do Parque de Dois Irmãos, em uma área fechada a visitação. Antes de chegar lá, no entanto, rodamos muito por dentro da Zona Norte do Recife. Não esperava uma ida tão carregada de subidas e descidas, que fizeram os meus 38 km pedalados muito cansativos.  A curiosidade ficava por conhecer o casarão de Branca Dias, junto ao açude.  Mais detalhes sobre a história e as lendas por trás do casarão pode ser encontrado aqui.

No caminho, forte contraste.  Pequenas comunidades sem esgoto ou coleta regular de lixo, convivem com trechos de mata atlântica, remanescentes de natureza quase intocada.   O contraste entre o verde e a vida precária pode ser vista em todo lugar. Retrato do descaso e esquecimento de muitas das comunidades no entorno das grandes cidades do Brasil.

Atenção: as fotos que constam desse post NÃO são de ciclistas como registro do passeio. Recomendo buscar nas páginas do APS para se encontrar.

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HUMANOS DE BICICLETA NO RECIFE


- Quando anos o sr. tem?
- 83.
- E desde quando o sr. pedala?
- Faz uns cinco anos que comecei. Antes eu só andava de carro. Era dono de uma oficina de carros e sempre andava de carro. 
- E agora?
- Vendi tudo, torrei foi dinheiro e comprei uma bicicleta.
- E o sr. precisa tomar algum medicamento?
- Eu tomo um para a pressão, outro para evitar derrames, e coisas para a pele de vez em quando.

Zé Pequeno, como é conhecido pelos amigos da bicicleta, é um ciclista de speed.  Sua bicicleta é sua companheira para todo lugar. Anda todo paramentado e cheio de proteções. Não parece ter mais que 60 com tanta desenvoltura.  Zé Pequeno foi escolhido como primeiro Humano de Bicicleta no Recife.

ZÉ PEQUENO pedala o Recife!

8 de abril de 2015

DE VOLTA AOS TREINOS...



Amigos...

Voltei a pedalar regularmente, pelo menos 4 vezes por semana, sempre de madrugada. Não aguento o nível de ruído que rola nas ruas mais tarde e também não estou podendo. Mas entre 5:30 e 7:00 dá para suportar AINDA. O velho app do MAPMYRIDE foi apagado por acidente numa limpeza do celular, e a versão nova não é compatível com meu smartphone velhoso! Coitado! Então precisei instalar outro app para acompanhar as pedaladas e o único que ainda roda no velho Samsung S2 é o Endomondo, de onde aliás, vem esse mapa ai de cima.

Minha meta é conseguir fazer 20 km em uma hora de pedalada. Quem pedala muito, pode achar isso fácil, mas passei um bom tempo (talvez uns dois anos) só pedalando bem devagar, média de 9 a 11 km/h, usando a bicicleta para ir fotografar a cidade. Segundo, porque a pedalada lenta e com uma relação bem leve, serve para reforçar gradativamente os tendões. Quase uma fisioterapia. Parece que funcionou, porque pedalando mais rápido e correndo, nada de dores no joelho, e os estalos também diminuíram muito. Fisioterapia que presta, leva tempo.

Bem, 20 km/h de velocidade média e nas ruas, exige que uma parte do treino ainda precise ser realizado em velocidade mais alta, talvez em torno de 25 a 30 km/h para compensar os momentos de parada obrigatória, em cruzamentos e saídas de veículos. E claro, manter isso por uma hora ainda é pesado. Mas creio que estou melhorando. A cada dia, a média tem subido. Pouco mais tem! KKK



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29 de março de 2015

QUASE ABOLIDO...

Túnel da Abolição... ainda fechado...

Parada de ônibus embaixo da Caxangá... olha as escadas prontas.

Amigos...

O túnel da Abolição tem sido motivo de piada já tem algum tempo. Inicialmente concebido para estar pronto antes da Copa no começo de 2014, já vai com mais um ano de atraso.  Hoje, fui dar um rolê e ver como andam as obras afinal.  As obras parecem estar terminando, afinal parecem ter conseguido resolver o problema do lençol freático que inundava o túnel (inundava? vou esperar as chuvas mais fortes!!!).  A escada da parada de ônibus está quase pronta, faltam os corrimões.  O elevador para atender idosos e deficientes, está no meio da instalação. Claro que esse elevador não vai funcionar por muito tempo, como as escadas rolantes e elevadores de outras passarelas como a do Hospital das Clínicas e a passarela da Antônio de Goes, no Pina. Mas estão fazendo.

Só como sempre esqueceram dos ciclistas.

A via que corre ao lado do viaduto é muito usada por ciclistas que seguem para Afogados. Eles seguem por ela, e pegam uma contramão pequena e ai retornam ao rumo de Afogados. Mas quando o tráfego do túnel for aberto, como vai ser? Mais um ponto de risco, com estreitamento de vias?

Recomendação minha: sigam pela calçada do museu, desçam do outro lado, e sigam seu caminho. Um túnel de 2 pistas, com uma parada de ônibus lá embaixo, juntando com nossos "excelentes monstroristas" e muito tráfego, ali vai ser outro ponto de morte!

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20 de março de 2015

UMA NOVA TRANCA, MAS LEVE E RESISTENTE!



Amigos

Um novo modelo de tranca para bicicleta está em um projeto KICKSTARTER... que acham?

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6 de março de 2015

ENQUANTO ISTO, NO PARAÍSO...

RECIFE, HOJE, 06/MARÇO/2015 - Alagamento!
foto: DIÁRIO DE PERNAMBUCO

Amigos...

Uma coisa é imaginar, outra é ver a verdade. Copenhagen e Amsterdam têm problemas com a chuva, de forma semelhante ao que acontece com o Recife. Choveu muito, alagam, e não é pouco.  Mas ao contrário de nossa cidade, eles não perdem tempo em estudar maneiras de evitar os problemas causados pela impermeabilização provocada pelo asfalto e concreto. 

Enquanto no Recife, se briga para que o poder público gaste um pouco do "rio" de recursos com as bicicletas, quem sabe pintando uma ciclofaixa, separando um pedaço para os outros usuários das ruas além dos carros, lá estão discutindo como as ciclovias e ciclofaixas poderiam ser transformadas, por baixo, em gigantescos coletores de águas pluviais. 

Com projetos modulares e muito eficientes, até parques e jardins podem contribuir como sistemas de absorção de água e transferência para sistemas de drenagem, deixando a cidade e seus moradores mais tranquilos. Será que não passa pela cabeça dos nossos gestores o quanto se gera de danos e prejuízos "selar" a cidade com asfalto e concreto?

Porque não adotar uma sistemática mais eficiente de coleta de águas de chuva, até mesmo para evitar chegar nos problemas de Sampa.

Alguém quer pensar nisso?

COMENTEM!?!?

4 de março de 2015

ALGUM DIA TEREMOS ESTE NIVEL DE RESPEITO?


Amigos...

Tem uns 7 anos que olho, fotografo e analiso soluções para a mobilidade no Recife.  Vou andando, pedalando, de busu ou de carro, mas sempre com um olhar pasmo para a indiferença da sociedade e dos poderes públicos com a situação do NÃO motorizado na cidade.  Recife é uma cidade de ruas estreitas, carros demais, espaço de menos e muitos engarrafamentos.  É também uma cidade onde o pedestre NÃO existe, é uma figura mítica, algo fantasmagórica, tipo "A PERNA CABELUDA", que teima em aparecer nos lugares menos desejados, tipo faixas de pedestre, calçadas, etc. E o ciclista? Esse nem é tratado como alma penada, mas como obstáculo numa corrida desenfreada por espaço. Recife é uma cidade onde apenas o motorizado conta, e para quem o poder público trabalha exaustivamente.

SENÃO VEJAMOS....

A cidade é toda cortada por rios, construída em cima de ilhotas e aterros do manguezal. Mas tem apenas 2 pontes de pedestres, em Santana e em Monteiro.  Todas as demais são para carros.  É certo que todas contam com calçadas bem altas, mas todas sofrem de estrangulamento do tráfego, são mais estreitas que as vias que as alimentam.  Para o carro é apenas mais alguns minutos de tráfego. Mas para o ciclista é quase um convite ao suicídio.  Descer a ponte do Derby até a Praça do Internacional é um dos pontos mais perigosos da cidade.  Com uma única faixa de tráfego e dúzias de ônibus passando, inclusive o BRT, mesmo em horários tranquilos (DOMINGO DE MADRUGADA!), ainda é arriscado de descer. Quase o mesmo que a descida da Capunga do lado das Graças.  Ou da ponte viaduto do Carrefour, sentido Parnamirim, com sua saída a direita para o Plaza.  As pontes da cidade foram projetadas para quem tem motor, para quem tem carcaça de aço.  Não atendem a demanda de todos os cidadãos e pior, como já são estreitamentos de fluxo, nunca vai ceder espaço para uma ciclovia protegida. Precisamos mesmo de pontes para pedestres e para ciclistas.  E quem sabe, com isto, deixar a cidade mais bonita, mais alegre.

O povo do COPENHAGENIZE postou uma análise de novos modelos de pontes, com arquitetura muito interessante e a proposta de respeito e dignidade para quem anda ou pedala.
Olhem as fotos... Quando teremos este nível de respeito?

COMENTEM!

24 de fevereiro de 2015

PEDESTRE? TE LASCA CABRA!

Amigos...

Quem acompanha este blog sabe que costumo denunciar também o abuso que os pedestres sofrem de forma generalizada pelos motoristas, mas mais especificamente pelo poder público que o ignora de forma absurda.

Passando por dois hospitais do Grande Recife, o Miguel Arraes em Paulista e o Pelópidas da Silveira no Recife, notamos que estes hospitais foram projetadas para o uso do carro apenas. Pedestre que precisar dele, se lasca!  As paradas de ônibus são distantes, muito distantes.  Calçadas são cortadas por avenidas de alto fluxo.   E tudo isto, para atender pessoas em diversas especialidades e com variado grau de mobilidade.  Passando no último domingo, no meio da tarde, vindo de J.Pessoa, observamos uma pessoa de idade usando muletas e caminhando rumo ao hospital, andando pela contramão na rampa de descida da BR101. É revoltante que os nossos administradores só construam acessos para motorizados em hospitais. Tem dúvida? Então observe atentamente os mapas capturados do google maps onde se pode ver onde ficam as paradas (círculos amarelos) e onde é a entrada principal do hospital (em vermelho). No Miguel Arraes, a parada fica a 600 m da portaria. O arquiteto, o engenheiro, e toda a ruma de político safados que aprovaram isto, deviam ser obrigados a ir de ônibus ou a pé para ver a dificuldade que é chegar no atendimento.

HOSPITAL MIGUEL ARRAES, em Paulista

HOSPITAL PELÓPIDAS DA SILVEIRA, em Recife.

Agora se imagine um filho doente ou um idoso com problemas de locomoção e em ambos os casos, pessoas de baixa renda que precisem chegar nestes hospitais?

Parece que estes aparelhos urbanos foram projetados para quem tem carro ou moto, ou para pessoas ricas que raramente os vão usar por dispor de alternativas melhores. Hospitais assim deveriam OBRIGATORIAMENTE contar com uma linha de ônibus que deixasse os pacientes na porta principal.

Isto seria humano. Mas quem disse que pedestre é humano em Pernambuco?

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2 de janeiro de 2015

FELIZ MOBILIDADE VELHA...

Este post, primeiro do ano, era para ter sido escrito e postado ontem, dia primeiro de 2015, quando eu voltei do passeio de bike pela nossa ENORME e VAZIA cidade. Neste dia, pela manhã do primeiro dia do ano, o Recife mostra seu real tamanho, obscurecido diariamente pelo excesso de veículos, muitos carros, muitas motos, e muitos ônibus. 
Avenidas com muito espaço, como a Conde da Boa Vista, estão vazias. E neste dia, fica óbvio a quantidade de espaço que damos ao carro e a má organização do transporte público.  Em muito, a cidade assim lembra o fim do mundo.  Vazio, silencioso.  As pessoas não aparecem, poucas com coragem de ir e vir na cidade vazia.

Esta observação parece ser óbvia.  A cidade está vazia e só assim mostra sua amplitude e escancara sua má gestão. 5 anos depois, outro gestor nos últimos 2 anos, e a cidade não teve nem suas demandas resolvidas e nem mesmo um princípio de solução se esboçou. O tráfego no dia a dia está cada vez pior. Muita gente achando que a solução é "educar os motoristas" que deveriam já ter sido educados ao tirar a licença para dirigir. Outros pensam que a solução é "construir mais ruas, mais avenidas, mais pontes e viadutos", "mais estacionamentos", ou implantar "carros compartilhados no Centro".  E afora alguns mais conscientes, NINGUÉM FALA que o necessário mesmo é TIRAR CARROS DAS RUAS.  Nenhuma avenida a mais, nenhum BRT, VLT, XXXKXTXMEWETTT (sigla por sigla, eu faço as minhas!), vai resolver o problema de mobilidade enquanto os carros não forem tirados das ruas. Enquanto o poder público, fiel e zelador da ordem pública, continuar se abstraindo da questão chave e redirecionando a atenção do público do real problema - EXCESSO DE CARROS - para factóides como viadutos sobre a Agamenon, BRTs versão reinventada em PE, túneis e pontes, sistemas de transporte pelo Capibaribe, entre outras,  nada mudará.  Enquanto eles mentirem e nós aceitarmos, a coisa vai continuar assim...


E para não dizerem que apenas ofereço a crítica sem apontar a solução, vão algumas idéias simples para ajudar o sr. Prefeito a resolver o problema:
  1. PROIBIR TODO E QUALQUER ESTACIONAMENTO PÚBLICO NAS RUAS DO CENTRO DO RECIFE E EM ALGUNS PONTOS MOVIMENTADOS COMO A ILHA DO LEITE, CAXANGÁ, ETC...QUER USAR SEU CARRO, VOCÊ PODE. QUER ESTACIONA-LO NAS RUAS, VOCÊ NÃO PODE.
  2. Fechar o CENTRO TODO aos carros, a partir do Marco Zero e gradativamente ao resto da cidade.  Limitar a velocidade dos carros a 30 km por hora fora da zona central e especialmente em bairros residenciais.
  3. ORGANIZAR as linhas de ônibus que acessam ao centro, com prioridade total sobre qualquer cruzamento com carros. Integrar as linhas, implantar bilhete por hora, baratear o transporte de massa, e convencer as empresas que a prioridade para elas significa SERVIÇO PREMIUM para os usuários.
  4. PINTAR UMA REDE de ciclofaixas e ciclovias na cidade para quem insistir no transporte individual.
E antes que falem que isto é impossível, lembrem-se que São Paulo está fazendo algo assim. Quem sabe o HADDAD aparece no Recife um dia...

Feliz Ano Novo com Mobilidade Velha!

DE OLHO NA BIKE



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Ei, QUER SUA FOTO AQUI TAMBÉM? Se tiver bicicleta nela, vale! Mande com uns 800 pixels de largura maior para CONTATO.RL@GMAIL.COM, com marca d'água, nome, email e/ou telefone. Atualizado todo final de semana.
No aguarde!

Original ROGÉRIO LEITE @ 2010