De bike, o mundo é uma nova experiência e sua vida fica mais iluminada! |
Segundo a tradição budista, Sidartha Gautama, o buda histórico, nasceu nas planícies de Lumbini, sul do Nepal, no século V a.C. Ele vivia isolado em palácio, com muito luxo e ostentação. Curioso com o que haveria fora dali, foi conhecer os dramas humanos (sofrimento, doença, envelhecimento e morte), juntando-se aos monges brâmanes como um asceta nômade. Por meio do jejum e da penitência, tentava encontrar respostas para o sofrimento universal. Não as achou com esses hinduístas. Abandonou-os e passou a seguir caminhos próprios, de solidão e meditação. Vendo um professor de música ensinar ao aluno que a corda do instrumento não podia ficar muito esticada para não arrebentar e nem muito frouxa para soar devidamente, descobriu que o caminho é o “meio”. Seguiu a via intermediária entre a fartura e a renúncia, capaz de conduzi-lo à verdade.
(daqui)
Amigos...
A vida moderna perverteu o sentido de viajar. O uso do carro, aquele que "te leva rapidamente a qualquer lugar", tirou das pessoas a capacidade de observar o MEIO. O MEIO aqui é a cidade, as vilas e pequenas comunidades, as paisagens, o mundo enfim. Passamos tão rápido alucinados com o CHEGAR, que deixamos de enxergar as pessoas. Aquele que pedala não é um "ser humano indo ao trabalho", mais um "ciclista atrapalhando o meu caminho", pensam alguns! O chegar é o que importa. E cada vez mais rápido, porque não temos tempo para a contemplação, coisa de preguiçoso, gente que não tem o que fazer. Como criar, como fazer o bem, como ser lembrado por nossas boas ações, se só temos tempo para CHEGAR. O ir é uma perda de tempo, o passar não existe além da obrigação necessária. O que se quer é chegar. Se a viagem pudesse ser instantânea, ainda ia ter quem quisesse apenas estar no lugar quando fosse preciso, pulando de um "teletransportador" a outro. Pressa. Uma vida sem viver, só acumular momentos e materialidades.
0 caminho é o meio para se atingir um fim. O caminho é o meio-termo entre o objetivo e a contemplação. O caminho é o meio, a moderação em tudo. O caminho é o meio mesmo quando extremos são necessários e passageiros. O caminho é o meio sempre. E só o meio é o caminho.
Repense se tudo que você acha inestimável, se tudo que precisar ser feito ou visto rapidamente, vale tanto a pena assim. Usar parte do tempo para observar o meio, analisar o caminho, pensar sobre ele, pode resolver mais do que o desenfreado desespero para se alcançar o fim, a meta, o objetivo. Da vida você só vai levar a vida que você leva, e a vida que você leva está passando na janela do seu carro tão depressa quanto você estiver indo e sem tempo para ver. Use uma bicicleta, ande, passeie mais, conheça seus vizinhos, descubra sua vizinhança.
Porque o caminho é o meio...
COMENTEM!!!
Oi Rogério,
ResponderExcluirMuito bom seu post.
Sou ciclista (também cicluturista) e sei exatamente do que você fala, não é fácil andar de bicicleta quando todos só querem chegar, a qualquer custo. Não respeitam nem os outros carros ... imagine os ciclistas, pedrestres ...
Triste realidade.
Abs