Ilustração do Projeto do Corredor LESTE-OESTE, Praça do Derby . Fantasia que não corresponde ao que foi construído: muito mais paradas, toda a lateral da praça tomada, e com o gargalo da Carlos de Lima Cavalcanti. |
Este é o quarto de sete artigos sobre mobilidade em Recife. Quando o assunto DEIXAR O CARRO EM CASA E USAR O ÔNIBUS surge em qualquer roda de conversas, o que muitos alegam é que quem mora nos bairros do Recife não encontra um bom respaldo no sistema de transporte público para poder optar por ele. Alegam falta de veículos, demora, grandes intervalos, má-conservação e falta de confortos básicos.
Realmente, conforto e conservação são mantidos em níveis quase miseráveis. Falta ar condicionado ou projetos de ônibus mais adequados ao clima do Recife. Falta pintura, limpeza, dignidade a quem se desloca de ônibus. Mas, por outro lado, com alguma frequência é observado que durante várias horas do dia, muitos ônibus circulam quase vazios, demonstrando que não existe uma real falta de veículos, mas uma distribuição irregular de sua circulação, dificultada pelo excesso de prioridade que o poder público dá a circulação de carros. De forma perversa, inverte-se a prioridade que devia ser transportar grandes quantidades de pessoas rapidamente dos bairros aos centros de comércio e produção, para priorizar o transporte de pequena quantidade de pessoas em seus carros próprios.
Eventuais tentativas como o Corredor Leste-Oeste, esbarram na covardia dos nossos gestores de liberar realmente o espaço para os ônibus: ou não é covarde quem deixou a AV.CARLOS DE LIMA CAVALCANTI, entre a Conde da Boa Vista e o Derby, SEM UMA FAIXA EXCLUSIVA para os ônibus? Se a prioridade é atender aos bairros com transporte público eficiente e frequente, como se explica um gargalo assim? Ou se as perimetrais focam na integração cruzada dos bairros, porque a conexão Afogados-PE15 não conta com uma via exclusiva para ônibus? Porque para isto, os nossos gestores teriam de ter coragem de mudar o paradigma da nossa sociedade: do indivíduo para o público, do carro para o ônibus e a bicicleta.
Enquanto muitas cidades do mundo redescobrem e valorizam seus bairros, dotando-os de boa infraestrutura de transporte público, em Recife, acontece o contrário. Quem mora mais longe, sofre mais: de carro com grandes engarrafamentos, e de ônibus, com os atrasos e demoras constantes. Morar nos bairros mais distantes permite uma melhor qualidade de vida melhor quando é fácil o acesso a toda a cidade. Só quando nossos gestores criarem coragem, isto se resolve!
Neste dia 22 de setembro, todos temos a oportunidade de tentar fazer uma Recife melhor. Deixe seu carro em casa, ande, pedale, pegue um ônibus. Contribua para uma cidade melhor e um mundo mais limpo.
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