Recentemente analisei algumas opiniões sobre o direito ao espaço público das ruas. Nós, brasileiros, temos a pachorra de imaginar que as ruas, por serem públicas, são terreno de ninguém. Daí porque tantos são sujismundos, jogam de tudo nas ruas e fazem o que querem no trânsito,sem respeitar o direito dos outros.
As propriedades públicas exigem de todos atenção e cuidado, mais até do que as coisas pessoais. Se você tem um carro, encheu dele e resolveu pegar uma marreta e demolir o carro todo em sua garagem, você pode e ninguém tem nada com isto. Se você tentar fazer o mesmo com o carro do seu vizinho, ou ele te mata ou chama a polícia! Uma propriedade pública é como o carro pertencendo a toda a população do Brasil. Como este povo todo é dono da coisa pública, quando você a usa mal, você está atingindo o Brasil todo.
Mas se as ruas são patrimônio de todos, porque todo o poder público o administra em função de uma minoria que dirige os carros? O Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito, pelo menos reza a Constituição Federal, Art. 1º a 5º, em vários incisos, caputs, que defendem os direitos do cidadão. Mas a organização do trânsito no país é dirigido apenas para os que tem no carro sua definição. E eles nem são a maioria. No Brasil, existem mais pessoas usando os transportes públicos que os carros, mais bicicletas do que carros, mais pedestres do que carros. Mas os carros é que regem o trânsito e a organização das vias. Resumindo, ao invés do elefante balançar o rabo, o rabo balança o elefante!
Espaço para o deslocamento de todos existe e muito. Não precisamos de mais avenidas ou vias, pontes ou viadutos. Precisamos de ordem, precisamos de decisões, precisamos de democracia no espaço público.
- menos vagas de estacionamento na cidade e menos áreas gratuitas para estacionar;
- mais organização na rede de ônibus, com mais integração;
- mais ciclovias, bicicletários e paraciclos; mais integração entre bicicleta, ônibus e metrô;
- reduzir as facilidades para o uso do automóvel para permitir o fluxo rápido e eficiente dos ônibus, e a segurança dos ciclistas;
- estimular as empresas a implantar políticas de estímulo a bicicleta e ao transporte público;
- inibir iniciativas imobiliárias que estimulem o carro, e promover as que estimulem a bicicleta e o ônibus.
COMENTEM!!!
Sabe meu amigo, estava conversando com um cara na praia esse final de semana, e estavamos falando que ele pedala na cidade dele - paranagua, e eu na minha, pois bem, ele disse que vira e mexe ele vai a Ctba, e acha uma absurdo ter que pagar estar - bilhetinho que da direito a ficar 1 hora em determinada rua- e tbm nao gosta de pagar estacionamento particular, e disse que tem a solução para o caos no transito:
ResponderExcluirA prefeitura nao liberar mais terrenos para estacionamento, com isso as poucas vagas que tem no centro para estacionar nego tem que vir mais cedo pra estacionar ou sem alternativa, vir de onibus, bike e ate de taxi, diminuindo o fluxo de carros.
Será que da certo????
Daniel... foi o que fez Paris. Reduziu a dotação de espaço para os automóveis em toda a cidade: estacionamentos, vias públicas (ciclofaixas), prédios públicos. Sem ter onde deixar ou pagando preços estratoféricos para isto, só usa quem realmente precisa. Aqui em Recife são cerca de 300.000 carros, mas no centro só tem 2.800 vagas. Pense que 2.800 carros indo ao centro é um problemão! Então uma das soluções seria obrigar a todos a deixar os carros estacionados longe e usar o ônibus para completar o trajeto. Ou usar bikes até os terminais e de lá de ônibus. Paris fez assim, além de fechar o espaço ao carro, melhorou o transporte MARAVILHOSO QUE JÁ TINHA, e implantou o VELÓ, as bikes de aluguel na cidade. Funcionou!
ResponderExcluir