20 de setembro de 2010

DMSC/2010 - GRANDE RECIFE... DESCASO COM O PEQUENO!


Amigos...


Este é o quinto de sete artigos sobre mobilidade em Recife. Recife é a sede de uma grande metrópole formada por vários municípios ao seu redor: Jaboatão, Cabo, Ipojuca, Camaragibe, São Lourenço, Paulista, Abreu e Lima, Olinda, e Igarassu, hoje, dependem do Recife que também depende deles. Todos formam o Grande Recife. O fluxo de pessoas se movendo entre estas cidades e Recife é muito grande, sem falar daquelas que se movem entre elas, e o SEI, Sistema Estrutural Integrado, coordenado pelo Grande Recife Consórcio, atende a grande maioria das viagens, através de terminais de integração.

No entanto, dentro desses municípios o que se vê em grande quantidade é a mobilidade usando bicicletas e kombis. São formas alternativas de deslocamento interno de baixo custo. As kombis, muitas clandestinamente fazendo transporte de pessoas, atendem a pequenas e médias distâncias, geralmente alimentando os terminais SEI que transportam grande parte da população. Mas é um custo elevado para uma população de menor renda.

A bicicleta então se transforma na tábua de salvação de quem mora nas áreas vizinhas a estas cidades e precisa se deslocar até o centro dos municípios e aos terminais SEI. Infelizmente, estas cidades não percebem a necessidade de dispor de uma rede ou de uma política de apoio aos ciclistas. Os terminais SEI são cercados de grades onde o que se vê são bicicletas presas, mas não dispõem de bicicletários seguros. Os ônibus não são preparados para levar as bicicletas, o que ajudaria a muitos em seus deslocamentos. E algumas poucas iniciativas, como a ciclovia da PE15, estão cobertas pelo mato, invadidas pela comunidade, abandonadas a própria sorte.

O problema também acontece com as cidades servidas pelo METROREC. Criado em cima das linhas das estradas de ferro já existentes, o METRÔ atende a uma pequena parcela da população com poucos trens. Em 2009, anunciou que permitiria o transporte de bicicletas nos vagões, mas foi uma alegria que durou pouco! Não era nem todos os dias, nem em todas as horas. Criar condições para a integração da bicicleta com o METROREC é uma necessidade visível: basta ver a quantidade de bicicletas amarradas nos gradis externos das estações, em especial nos subúrbios.

Esses descasos e "esquecimentos" afetam principalmente as pessoas humildes e de baixíssima renda, que não podem usar o SEI ou o METRÔ todos os dias. Muitas pedalam destes municípios até o Recife para prestar serviços, ou usam o ônibus e integram com longas caminhadas por falta de recursos. São simplesmente os esquecidos do modelo de mobilidade atual.

Neste dia 22 de setembro, todos temos a oportunidade de tentar fazer uma Recife melhor. Deixe seu carro em casa, ande, pedale, pegue um ônibus. Contribua para uma cidade melhor e um mundo mais limpo.

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Original ROGÉRIO LEITE @ 2010