Amigos...
O sentido de comunidade é algo inerente ao ser humano. Nossa raça sobreviveu nesse planeta em cima do coletivo. Somos animais gregários e por isso as cidades são tão atraentes, pela proximidade do outro. Era assim no Recife.
Hoje não é mais.
Conviver em uma comunidade impõe certas regras de convívio, delimitando claramente onde termina o espaço e os direitos de um, e começam os espaços e direitos dos outros. Com o crescimento das comunidades, isso que antes se resolvia aos grunhidos e no braço, foi transferido para a lei. A lei, seu braço de força, a fiscalização, e os árbitros da lei, o judiciário, são os elementos que permitiaram que as pessoas se mantivessem juntas, sem querer um comer o fígado do outro. Era assim até uns 30 anos atrás, também aqui no Recife.
Mas sucessivos governos municipais e estaduais ineficientes ou negligentes, que preferiram não investir em educação, o braço formador de uma comunidade, fizeram a qualidade dessa educação cair e muito. O medo e a incerteza fez as pessoas se encolherem, se acovardarem. Quem nunca ouviu a famosa frase: NÃO FAZ ISSO, QUE O CARA PODE ESTAR ARMADO, TE DÁ UM TIRO, QUE ESTÃO MATANDO POR QUALQUER COISA!
Assim, mais e mais pessoas foram se "encolhendo comunitariamente", se omitindo, deixando de reclamar, deixando de lutar por seus direitos. De carona, o poder público foi esvaziando a fiscalização, e o judiciário, protelando suas decisões, fazendo com que os cidadãos de bem que têm alguma dignidade e que sentiram seu mundo encolher, e se fechar em torno de si, também se fecharam e se retraíram.
E quando os bons se omitem, o mal impera.
É isso que temos no Recife. O trânsito está uma droga, vamos acreditar no governo. As pessoas têm medo de viver na cidade, vamos acreditar no governo. Alguém estaciona em cima do passeio, o governo não faz nada. Pegar o telefone e denunciar, cobrar, tirar uma foto e mandar para o jornal, mostrando a placa, ninguém resolve. Reclamar com o motorista, NEM PENSAR. E o governo também não consegue por um guarda no pés de cada cidadão. Isso é papel da educação. Mas está tudo amarrado, e a educação também não lida com isso.
Talvez surja alguém que tenha um senso de justiça e indignação, e esteja em uma posição para realmente agir como um estadista, pensando na sociedade, na cidade, no estado. E deixando de lado os planos eleitoreiros futuros, as pretensões pessoais, e que mostre realmente a alma pernambucana, a independência no agir, a macheza para peitar uma situação que exige muito de qualquer governante. Quem sabe, ele receba votos suficientes para poder atuar. E quem sabe, atue. Até onde podemos ir nos escondendo das decisões ruins que são necessárias para resolver esses problemas?
Hoje, talvez seja seu primeiro dia da indignação geral. Acorde!
COMENTEM!!!
27 de junho de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
DE OLHO NA BIKE
Click nas imagens e veja as fotos ampliadas no PICASA NA WEB!
Ei, QUER SUA FOTO AQUI TAMBÉM? Se tiver bicicleta nela, vale! Mande com uns 800 pixels de largura maior para CONTATO.RL@GMAIL.COM, com marca d'água, nome, email e/ou telefone. Atualizado todo final de semana.
No aguarde!
Rogério, este texto poderia ser escrito por mim ou por outra qualquer pessoa aqui em Portugal. Infelizmente é assim por todo o lado e por mais indignação que se possa ter as coisas não mudam. Não será uma inevitabilidade mas... não sei como se possa mudar o rumo das coisas. É com tristeza que o digo.
ResponderExcluirFilipe... como está dito, só se resolve quando aparece um político estadista, a definição não é minha, foi algo que li sobre o ENRIQUE PENALOSA, ex-prefeito de Bogotá e que se transformou em um ícone, um modelo de prefeito realmente preocupado em resolver os problemas da população que o elegeu e não ficar se preocupando nem atuando apenas para se reeleger. São poucos, mas existem. Resta encontra-los! O mais interessante é que um prefeito assim, provavelmente, seria reeleito e poderia ser reeleito várias vezes se fosse possível (aqui só se permite 1 reeleição para o mesmo cargo). E se não fosse subindo na hierarquia, porque provavelmente, por onde passasse, iria arranjando apoio. Vamos torcer para aparecer alguém assim!
Excluir