Foto: Metropolitan Nashville Police Department/AP Photo |
Em todas as grandes cidades do Brasil vive-se sob o domínio do medo. Medo do assalto, do "amigo do alheio", medo da bala perdida encontrar você pelo caminho, medo daquele "maluco atrás do volante", medo de sair para o trabalho e não voltar. Cá comigo tenho a impressão que o medo é uma forma de controle. Gasta-se mais com carros seguros, se você tem medo. Antes bastava ter o carro, mas os ladrões se sofisticaram, você pôs a película, os ladrões arranjaram armas, você blindou o carro, e por ai vai. Pedalar nem pensar, minha bike é cara, os ladrões estão em todo lugar. Cada dia ficamos mais isolados, nos tornamos alvos e reféns do medo. Solidariedade não existe. Se percebemos um assalto ali perto, não reagimos, corremos. O medo nos individualiza ou nosso egoísmo e individualidade nos enche medo das sombras?! Quem sabe. Perdemos o sentido de comunidade, cada pessoa é um universo, mas sem interação, seria preciso um salto quântico para atrair o outro ao nosso problema. É problema dele, deixa eu ME proteger. E isso rola a muito tempo e com todos os aspectos da vida. Crianças nas ruas pedindo esmola e lavando vidros de carros, mas quem se importa?! A mãe ali sentada explorando a carência natalina dos motoristas que passam usando seus filhos para extorquir e perpetuar a miséria preguiçosa. São os recursos do medo, da tristeza, da pobreza. Para que trabalhar? Tem a bolsa família, tem as esmolas do Natal. E isso basta para manter a miséria. Não existem horizontes, não deixamos de ter medo. E aquelas crianças crescem achando que aquilo é vida, vendo os mais fortes "se darem bem" com um trabuco nas mãos. Não aprendem a estudar o que deviam, mas não deixam de estudar a vida e os exemplos da miséria e do mal, enquanto desejam ser mais do que podem da forma mais fácil. E a tudo respondemos com mais individualidade, com mais medo. Causamos o mal e sentimos o medo ou causamos o medo e sentimos o mal sem nem mesmo sentir que o causamos?
Mas é Natal, hora de lembrar e agir com fraternidade, expiando o que não fazemos nos outros 11 meses do ano ou tentando! E o medo ainda sim está presente...
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