16 de fevereiro de 2011

EU TENHO DE GANHAR A VIDA...

Amigos...

Este título é significativo. Recife tem uma tradição de mascates que nunca foi superada pelo comércio formal. A alegação de que "mas eu tenho de ganhar a vida" é o que os camelôs que não tem qualificação ou emprego usam para tomar o espaço público para seu uso privado. Quando uma barraquinha toma uma calçada para que o vendedor "ganhe a vida", ele toma um espaço que é de todos, para uso na mobilidade dos pedestres, idosos, cadeirantes, para si mesmo.  A atividade é escancarada e altamente tolerada pelos gestores da cidade, como forma de minorar o "problema social"!  Na verdade, mostra falta de investimentos em educação, falhas nos processos de formação das pessoas e principalmente, culto a lei de Gérson, de levar vantagem em tudo, certo! Afinal, camelô comercia, mas não paga impostos, às vezes, paga propina para poder ficar por ali.  A Prefeitura está tentando novamente reordenar o comércio informal no Centro,  mas espero que ela saiba que TODAS AS INICIATIVAS ANTERIORES QUE TOLERARAM O CAMELÔ DERAM ERRADO! Até um enorme camelódromo foi construído na Dantas Barreto, tirando espaço de circulação pública na vã tentativa de ordenar o comércio informal. Falhou. Hoje além dos camelôs formalizados, existe uma "nuvem" de camelôs informalizados no próprio camelódromo. E isto é apenas o resumo da quantidade de camelôs, barraquinhas, fiteiros, e outra pragas urbanas modernas, que só o Recife tem! Sim, se vêm pouquissimo em outras cidades, um número insignificante se comparado com o Recife.  Enquanto isto, se vc for cadeirante ou idoso, além de prestar atenção onde pisa, tem de ficar atento a saber se aonde você ia pisar cabe seu pé, ou já foi tomado por mais um camelô!  Agora falam em criar centros de comércio informal, com o dinheiro público que devia ser investido em pagar melhores e mais professores, médicos e guardas municipais. Para isto não tem dinheiro... mas para os camelôs têm!  Pra que doutorado, vou virar camelô!  Vou vender saquinhos biodegradáveis num tabuleiro! KKKK

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2 comentários:

  1. Rogério,
    essa é uma realidade não somente em Recife, basta dar um pulinho no centro de São Paulo, ou do Rio de Janeiro que a cena será muito semelhante ao que você retratou no post.
    Infelizmente é mais fácil tolerar os camelôs e deixá-los ocupar sim um espaço que deveria ser de todos do que investir em qualificação profissional.

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  2. É, o problema é que em Recife está muito escancarado. Tem camelô em todo lugar. Acho que tb tem a omissão do poder público em deixa-los ir ficando. Quanto a oferecer qualificação, aqui tem curso que o governo paga para o aluno fazer, e mesmo assim tem quem prefira ficar vendo os carros passar, fazendo um bico aqui e ali, e camelando quando pode! Tem de querer sair da miséria. E se não quer por bem, queira pela pressão do poder público, cortando as asinhas do comércio informal!

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Original ROGÉRIO LEITE @ 2010