Amigos...
Quem vive em Recife não se dá conta de quanto o tecido social sofreu ao longo do tempo pela falta de ação dos gestores, municipais e estaduais. Não sei se por vocação política ou por mera preguiça, muita coisa foi sendo feita na sombra da falta de atuação das instituições. Estava observando que Recife é uma das poucas cidades em que as pessoas sobem nos ônibus pela porta da frente. Tá que no exterior tem várias, mas na sua grande maioria, não existe uma ordem para subir nos ônibus, se pode subir pela frente ou por trás, a conveniência dos passageiros. Mas no Recife, a guisa de aumentar a segurança dos coletivos, assolados por assaltos e sem a necessária ação dos órgãos de repressão, a solução foi colocar cobrador e motoristas próximos e torcer para que nada de ruim ocorra: isto não acabou com os assaltos, apenas minimizou. Mas o dano adicional que tal ação levou é patente: não temos proteção institucional. Esta mensagem sobra no inconsciente dos usuários. Assim como os outros tipos de violência, assaltos, furtos, etc, com o cidadão sem proteção, passa a mesma mensagem: o mato é ali, você está nele e sem cachorro nem ninguém que te proteja, portanto, te vira!
Isto é só mais uma lacuna, sintoma-problema que se espelha em completa libertinagem no tráfego, corrupção para todo lado, e desorganização urbana. Calçadas mal conservadas, motoristas que fazem o que querem, ônibus que queimam paradas, "um por baixo" para o guarda olhar para o outro lado, e por ai vai. Se a multa é usada, surge que defenda a idéia de uma "indústria de multas". Mas se a gente pensar bem, como seria bom que os órgãos gestores fizessem uso ostensivo das multas, no estilo Tolerância Zero, que levasse cada motorista a pensar duas vezes antes de fazer uma bobagem?! Ou se a prefeitura se lembrasse de multar cada dono de calçada mal conservada e fora do padrão!?? Ou se os camelôs tivessem a mercadoria apreendida e uma bela multa aplicada se arriscasse a vender fora do lugar!!?
Indústria de multas ou uso de ferramentas reais de controle social? Será que temos a capacidade de aceitar que nem toda repressão é ruim, e que as vezes é necessário reprimir maus comportamentos para que os bons se valorizem? Será que nossos gestores teriam moral para fazer isto?
Eu acho que deviam multar todo e qq comportamento errado, inclusive dos próprios gestores. E vc?
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28 de junho de 2011
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DE OLHO NA BIKE
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No aguarde!
Meu colega de pedal, Paulo, mandou este comentário, por email:
ResponderExcluiria comentar no seu blog, mas aqui tudo é proibido:
Rogério, a tacanhice do pensamento gestor no Recife revela-se, entre outras coisas, no fato de existir COBRADOR de ônibus. Isso é uma figura extinta no mundo civilizado, e como vc disse, os onibus e bondes vc entra por onde quiser e passa seu bilhete na maquininha. Outra tacanhice absurda é essa da responsabilidade da calçada ser do imóvel lindeiro, ora a calçada é um equipamento público e deve ser feita e conservada pelo município, como é feito na civilização. Aqui, é a selva. Abraços, Paulo Rafael.
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Paulo Rafael - Recife - PE
blog:http://agoralascou.blogspot.com/
flickr:http://www.flickr.com/photos/paulorafael/
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Concordo em ambos os casos Paulo. A sociedade não se dá conta do porque das coisas acontecerem. Todos querem que o poder público faça algo com as calçadas, dos outros! A sua, não! Não temos padrões, e isto passa uma idéia de desorganização, de falta de gerenciamento. Cobrador só existe no Brasil. Medo de desemprego de mão de obra não capacitada, dizem! Ou seria falta de investimentos em educação e treinamento técnico especializado? Pena... o país é lindo, mas nosso povinho....
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