Recentemente postei uma opinião sobre o seguinte caso:
Um jovem estudante alemão estava pedalando e foi parado por um policial que suspeitou que ele estivesse bêbado. Ele não havia cometido qualquer infração. Foi submetido ao bafômetro que indicou que ele tinha 3x mais álcool no sangue do que o permitido na Alemanha. Ele foi condenado a pagar 500 Euros de multa e a cumprir 15 anos de suspensão no uso de veículos NÃO motorizados: bicicleta, skates, patins, etc. Foi matéria da TREEHUGGERS.Acho a multa justa. E a suspensão uma patetada! Jogou um adolescente QUASE irresponsável, nas ruas com um carro que ele vai TER de usar. E ainda com histórico de consumo de bebidas. Mas isto ensejou uma reflexão sobre quais seriam os limites que um PEDALISTA URBANO deveria obedecer frente as leis existentes no mundo dos "popós".
Claro está que os limites de consumo de álcool são tão importantes para nós, dependentes do equilíbrio, quanto para os motoristas. Muitos conseguem pedalar depois de duas ou três cervejas, mas para quem depende tanto da atenção, da prática da direção defensiva, de pedalar de olho no que os malucos do trânsito como forma de auto-proteção, o risco sobe exponencialmente com álcool no sangue. Portanto, não beber antes de pedalar é altamente recomendável!
Outro ponto seriam as leis de trânsito hoje existentes. Reconheço que pedalar na contramão, furar sinal vermelho, pedalar na calçada, são atos que nunca deveriam ser feitos por um Pedalista responsável. Nossa velocidade média é superior a dos carros, temos mais agilidade e flexibilidade, e estes "atalhos" não são realmente necessários. São apenas outro nome para preguiça e uso da "Lei de Gérson".
Porém, também reconheço que o planejamento urbano de nossas cidades são resultado da ditadura imposta pelos popós. E não contemplam aqueles que preferem usar a bicicleta, andar a pé ou ainda usar o transporte público. E como tais pessoas são maioria na sociedade precisam de alguma forma fazer valer o seu direito, de ser ouvido e a ser levado em consideração no dia a dia. De certa maneira, mesmo ilegais, cometer estes atos é uma forma de protesto. Um protesto silencioso de uma maioria acanhada, não consciente dos seus direitos como cidadão, e submetida a leis que visam a proteger uma pequena parte da sociedade, a que têm um carro. Protesto totalmente inconsciente mas que provoca reações como se organizado fosse!
Como mudar isto depende de lei, de vontade política, e como político só se mexe contra pressão popular e no sentido de ter mais votos, cabe a cada um de nós, PEDALISTAS URBANOS, esclarecidos, conscientes, formadores de opinião, aproveitarmos cada oportunidade para deixar claro os direitos de cada um. Cada um de nós é como aquele beija-flor que tentava apagar um incêndio na floresta com apenas uma gota de cada vez. Não resolve totalmente o problema, mas é a parte que cada um pode fazer e é um começo!
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