Amigos...
Com certa frequência me deparo com os seguintes argumentos dos defensores do carro
(em geral, opositores do uso das bicicletas também):
"BICICLETA NÃO PAGAR IPVA, NÃO TEM DE USAR AS RUAS"
"BICICLETA ATRAPALHA O TRÂNSITO E NEM PAGA IMPOSTO"
"CICLISTA NÃO TEM DIREITOS NA RUA, SÓ ESTÁ ATRAPALHANDO"
Frases assim saem da boca de pessoas muito desinformadas. Vamos colocar as coisas em números em uma cidade já acostumada a lidar com ciclistas e seu impacto sobre a sociedade. Claro, COPENHAGEN! Para colocar a perspectiva correta sobre a SUA participação quanto ciclista.
USO E DESGASTE DAS VIAS
Um carro médio pesa em torno de 1300 kg, tem alto impacto ambiental - consome muita energia e materiais na fabricação, consome combustível fóssil e emite muitos gases do efeito estufa no seu uso - e paga uns R$ 500 de IPVA por ano. Uma bicicleta pesa uns 13kg, quase não tem impacto ambiental - não polui e usa poucos recursos materiais e energia na fabricação - e não paga nada. Deveria pagar? Não! Baseado no peso para o desgaste das vias e no impacto ambiental, o IPVA das bicicletas deveria ser uns R$ 10,00. Ora, Recife tem mais de 100.000 bicicletas. O custo para desenvolver um sistema para este cadastro, a cobrança do imposto e a fiscalização iriam custar muito mais! Não seria econômico para o Estado. E isto nem computa a energia, o pessoal, ou até o papel usado para que se estabelecesse tal cobrança. Inviável!
IMPACTO SOBRE A SAÚDE
Nem precisa falar sobre a qualidade do nosso atendimento de saúde. Dados de Copenhagen mostram que, pessoas físicamente ativas vivem, em média, 5 anos a mais que as sedentárias, e sofrem, em média, 4 anos a mais com doenças degenerativas. Pedalar tem o mesmo efeito sobre a saúde que outros exercícios. 4 horas de pedal por semana ou cerca de 10 km por dia, já é um exercício de qualidade comparável a uma academia.
Os habitantes de Copenhagen fazem hoje, cerca de 1,2 MILHÕES DE QUILOMETROS por ano na cidade. Se acontecer um aumento de 10% nesta quilometragem (mais 41 Milhões de quilômetros) teríamos uma economia de:
- 21,7 Milhões de Reais/ano no sistema de saúde;
- 57 Milhões de Reais de economia em horas de trabalho paradas com 57.000 dias de trabalho a mais
- 61.000 anos na expectativa de vida total das pessoas;
- 46.000 anos menos em doenças degenerativas.
JÁ É TUDO PAGO...
Dados de Copenhagen em um ano. Cada quilômetro a mais em ciclovias em uma estrada significa trazer 18-20% a mais de ciclistas para as ruas. Isto significaria de 9-10% menos carros, 9-10% menos acidentes com vítimas, economizando R$ 90 Mil no setor de saúde, R$ 236 Mil em perdas na produção, fazendo com que a sociedade economize cerca de R$ 5,00 para cada R$ 1,00 aplicado na construção da ciclovia. E isto APENAS EM UMA CIDADE!
Resumo, quem pedala contribui de forma indireta com muito mais do que se tivesse de pagar um IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE BICICLETA!?!? Ou um IPVA distorcido, já que este é um imposto para AUTOMOTORES. Pesando a atual situação do planeta, o governo deveria era pagar para o usuário de bicicletas como transporte.
COMENTEM!!!
Dados do site: Copenhagenize.com
Valores convertidos pelo câmbio do Banco Central em 16/Jul/2009.
Foram feitas algumas adaptações ao texto para trazer a nossa realidade.
Ciclista não poder usar as ruas, ou pagar alguma taxa? É ridículo. Agora, sou a favor de uma campanha de educação para os ciclitas. A grande maioria sabe respeitar o trânsito, são atenciosos e cuidadosos, mas existes "sempre" aqueles abusados que vão se metendo em qualquer espaçozinho e entrando na frente dos carros sem a menor preocupação. Acontece um acidente, a culpa é do motorista e não do ciclista que simplesmente entrou na frente ou veio pela contramão, ou ultrapassou imprudentemente. Não estou discriminando mas sabemos que as classes menos instruídas são as que mais se beneficiariam também com essa campanha de educação no trânsito para ciclistas. Pode ser uma utopia, mas a gente começa é la de baixo, portanto devagar e com persistência conseguiríamos educar a população, se alguma providência for tomada. É claro, os motoristas também precisam aprender a respeitar os ciclistas. Acho que isso resolveria a questão de muitas pessoas implicarem com os ciclistas.
ResponderExcluirUm abraço.
Concordo Jacke. A campanha deveria ser ampla, envolvendo todos os "elementos móveis do tráfego". Aqui a grande parte dos ciclistas é de trabalhadores de baixa renda que pedalam para economizar nos custos de transporte. Eles seriam em muito beneficiados com estas campanhas. Porém, vale reforçar para os demais envolvidos que os ciclistas contribuem para existir menos trânsito e desperdiçar menos recursos do país, com grande impacto sobre nossa sociedade e economia, muitas vezes melhor que a indústria do automóvel. E isto apesar de não termos tantos postos de trabalho para barganhar com o governo (vide IPI zero para carros, IPI ainda cobrado para bicicletas hoje!). Somos formiguinhas nisto e simplórios demais na hora de mostrar nosso impacto sobre a economia, deixando bem claro o enorme bem que fazemos para o Brasil. Vamos rezar para um dia eles verem isto!
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