30 de outubro de 2009

AS BICICLETAS A LUZ DOS REFLETORES! Continuando...

Parte 2
J. Matthew Roney*

Programas de aluguel de bicicletas também estão aumentando o uso delas em algumas cidades. O maior exemplo foi o esquema de baixo custo de aluguel Vélib, em Paris, desde 2007. Agora oferece 20.600 bikes que podem ser obtidas com um cartão de crédito em 1.451 estações. Este programa cumpriu 6 MILHÕES de viagens em seus três primeiros meses de uso. Analistas esperam que o programa dobre ou mesmo triplique as viagens de bicicleta em Paris. Programas similares existem em Oslo (Noruega), Barcelona (Espanha), e Bruxelas (Bélgica) e estão planejados para Washington, DC (Estados Unidos) e para o centro de Londres (Inglaterra), entre outras cidades.

Enquanto pedalar permanece popular como lazer nos Estados Unidos, é deploravelmente subutilizado como transporte. A participação total da bicicleta como transporte declinou nacionalmente desde 1960, caindo de 32% até os anos 90, e agora chega a 0.9% de todas as viagens. Pedalar para o trabalho é menos frequente ainda, cerca de 0,4% das viagens.

Apesar desta estatística desprezível, sinais encorajadores podem ser vistos no futuro do ciclismo nos Estados Unidos. Auxiliado por um fundo de 900 milhões de dólares para a promoção do ciclismo e das caminhadas entre 2005 e 2009, a instalação de facilidades para o uso da bicicleta – incluindo bicicletátios, rodovias amigas do ciclista e ciclofaixas exclusivas – está acontecendo em ritmo acelerado. Com toda certeza, as 50 maiores cidades americanas irão, na média, dobrar suas rotas para ciclistas e pedestres; Nova Iorque sozinha irá quadruplicar sua rede de ciclovias e ciclofaixas para 2.900 quilômetros até 2030. [NOTA DO TRADUTOR: é isto mesmo: 2.900 QUILÔMETROS!]

Grupos que advogam a bicicleta nos Estados Unidos continuam também a crescer. A Liga Ciclistica Americana agora (2008) honra 84 metrópoles e cidades americanas como Comunidades Amigas do Ciclista. Em 2005, eram apenas 52 cidades. Os grupos que atuam pró-ciclismo operam em 49 estados e em Washington, D.C. (Capital dos Estados Unidos). Talvez o mais excitante, um destes movimentos que floresceu nos últimos anos é o denominado de Ruas Completas, na qual uma ampla coalizão de cidadãos e grupos ambientalistas está cobrando que as estradas sejam seguras e projetadas para todos – pedestres e ciclistas incluídos – e não só para os carros. Seis estados e mais de 50 cidades, condados e regiões metropolitanas agora atuam de alguma forma dentro da legislação das Ruas Completas. Por exemplo, a Assembléia Geral de Illinois (a Assembléia Legislativa do Estado – de Illinois) aprovou, em outubro de 2007, um requerimento de que todos os novos projetos de construção de estradas, dentro e fora de regiões urbanas, devem incluir caminhos para bicicletas e pedestres.

Apesar da bicicleta continuar a ser uma forma de transporte essencial na China, o país observou uma rápida redução do número de bicicletas pertencentes sua população, que ficou mais rica e passou a optar pelos carros. De 1995 a 2005, a frota de bicicletas na China caiu em 35%, de 670 milhões para 435 milhões, enquanto a frota de carros privados mais que dobrou, de 4,2 milhões para 8,9 milhões. Culpando ciclistas pelo aumento dos acidentes e do congestionamento, o governo de algumas cidades têm fechado ciclofaixas. Shangai chegou a banir os ciclistas nas ruas do centro em 2004. Esta deterioração da cultura chinesa da bicicleta acontece apesar do aumento da participação do país na produção mundial de bicicletas: a China produz mais de 4/5 da produção de 130 milhões de bicicletas/ano no mundo.

O governo central da China, preocupado com os congestionamentos, consumo de energia e a saúde da população, começou a cobrar das cidades a reversão deste desestímulo ao uso da bicicleta. Em junho de 2006, o Ministério da Construção ordenou as cidades que tinham estreitado ou removido ciclofaixas que as restaurasse. Em Pequim, a promoção da bicicleta teve efeitos visíveis nas preparações para os Jogos Olímpicos de 2008. Por exemplo, após sucessivos e bem sucedidos projetos-piloto, uma rede privada de aluguel de bicicletas co-patrocinada pelos setores responsáveis pela segurança e proteção ambiental da cidade, ajudou a colocar 50.000 bicicletas em algumas das 200 locações durante os jogos. Mesmo assim, contudo, esta retórica pró-bike de Pequim não tem sido traduzida em ações positivas fora da capital chinesa.

Projetos desenvolvidos visando combate a doenças e a pobreza na Africa têm mostrado evidências que a bicicleta não é útil apenas nas zonas urbanas. Na Zâmbia, o World Bicycle Relief tem trabalhado em parceria com uma coalizão de entidades de apoio e combate ao HIV/AIDS que promovem medidas de educação e tratamento, fornecendo 23.000 bicicletas para voluntários de saúde, educadores para a prevenção de doenças e famílias afetadas pelo vírus. Em Burkina Fazo, Ghana, e Uganda, uma aliança de organizações não- governamentais holandesas lançou um programa de microcrédito chamado PEDALE PARA FORA DA POBREZA. Como resultado, pessoas pobres conseguem pagar suas bicicletas enquanto as utilizam para ir a escola ou começar um pequeno negócio.

Com mais da metade de população mundial vivendo nas cidades, existe um enorme potencial para que governos municipais e planejadores urbanos aumentem o uso da bicicleta seguindo os exemplos europeus como Copenhagen e Amsterdam. Estas cidades têm mostrado que integrando bicicletas ao planejamento de transporte, educando o público sobre os benefícios do ciclismo, e desencorajando o uso do carro com restrições e taxas aos proprietários e aos estacionamentos, os governos podem aumentar muito o uso da bicicleta. Isto promove a saúde dos usuários enquanto ajuda a manter limpa e com maior qualidade de vida.

CONTINUA EM BREVE, COM MEUS COMENTÁRIOS COMPLEMENTARES SOBRE RECIFE!

Tradução: Rogério_Leite@pedalandoeolhando.blogspot.com
*ORIGINAL Copyright © 2008 Earth Policy Institute

2 comentários:

  1. Boa tarde!
    Passei pela sua página e vim deixar o meu comentário e um abraço.
    As bicicletas na cidade ~so boas para diminuir a poluição e em certas situações poupam tempo, ex:muitas vezes temos de estacionar longe , com a bicicleta torna-se mais prático.Quem vive longe da cidade pode usar uma bike dobrável, podendo estacionar em lugares longe da confusão, em parques gratuitos, pega na desmontavel e em menos de nada está no destino, sem stresse,evitando confusão no trãnsito e poupando dinheiro dos paquimetros.
    Um abraço: carlos.

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  2. Taí Carlos uma boa idéia. Muitas vezes quando converso com amigos sobre ir para o trabalho de bike, sempre ouço coisas como "Eu moro longe demais", "Vou perder muito tempo", etc... Seria uma excelente solução fazer uma integração carro-bike. O carro faz o trajeto mais pesado, longo, perigoso, e desde que possa faze-lo a uma velocidade média maior que 30 km/h. Ai escolhe-se um bom local de estacionamento gratis, um grande supermercado por exemplo, e dali ao trabalho vai na bike! Já que não temos aqui na cidade integração ônibus-bike, e o Metrô-bike é turistico (só funciona nos sábados a tarde e domingos!), a integração carro-bike pode ser uma ótima solução para os quase preguiçosos!

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OPS... Este espaço é seu, respondo a todos os pitacos que vocês enviarem, mas não modero, portanto, seja objetivo e mantenha o nível!!

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Original ROGÉRIO LEITE @ 2010