16 de agosto de 2010

CAMINHOS NATURAIS...

Amigos...

Toda cidade tem pólos de concentração de atividades específicas interligadas por caminhos óbvios ou naturais.  De uma forma simples e lógica, um caminho reto, ou quase, é o mais curto para interligar dois pontos.   Nos primórdios de qualquer cidade, muitas atividades estavam afastadas entre si, e sua ligação atravessava áreas vazias e algumas vezes, rurais. Eram os caminhos naturais entre dois pontos. A medida que as cidades cresciam, menos e menos espaço vazio existia, mas os caminhos naturais permaneciam sendo os mais rápidos e curtos. Até que as cidades passaram a incluir os carros para esta conexão.  Menos e menos espaço passou a estar disponível no caminho natural entre dois pontos, e alternativas viárias foram traçadas. Como não é possível ir além de certo ponto no alargamento das vias, surgiram as paralelas, sempre visando desafogar o tráfego. E neste momento, sumiu o conceito do caminho natural, porque uma paralela não é mais o caminho mais curto.  Daí em diante, o tráfego tem caminhado para um verdadeiro apocalipse, um engarrafamento que pare tudo por quilômetros.

É o que tem acontecido em grande parte das cidades.

Muitas cidades tentam resgatar seus caminhos naturais, retomando o espaço público dos carros.  Medidas de restrição dos carros e tentativas de estímulo do uso do transporte público eficiente como metrô ou transporte por ônibus rápido tem sido muito adotado.  Porém quase todas esbarram nos altos custos necessários a implantação ou no efeito das restrições na vida das pessoas.  Mais eficiente foram cidades onde a bicicleta foi colocada em um patamar de prioridade. É uma solução para cidades planas, que não tem alto custo de investimento para implantação de ciclovias e bicicletários e que tem alta taxa de retorno secundário na sociedade: melhora a saúde da população, reduz a poluição ambiental, reduz gastos com saúde pública, combustível fóssil e estresse social.

E a bicicleta termina por obrigar a um resgate dos caminhos naturais, porque a própria sociedade impõe que o caminho mais curto prevaleça quando tem de pedalar para o trabalho.  Usar a bicicleta traz de volta esta qualidade de vida pelo uso dos caminhos naturais, fazendo a vida mais fácil, mais tranquila e menos estressante.

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2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Quando a maioria perceber a bicicleta como uma das mediadoras de soluções que a sociedade/indivíduo enfrentam... as vidas serão respeitadas, com ternura.

    Parabéns pelos posts!

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Original ROGÉRIO LEITE @ 2010