21 de julho de 2009

CURITIBA... NEM TUDO SÃO FLORES...

Amigos...

Curitiba é tida como um modelo de cidade no Brasil. Transporte rápido por ônibus, ruas de pedestres e outras inovações implantadas com enorme sucesso fizeram a fama da cidade.

Mas até ela tem problemas. E são problemas comuns a todas as cidades, a todos os Estados, ao País como um todo. Estava lendo no Pedaleiro que ela irá implantar uma política cicloviária. Mesmo tendo uma estrutura física para isto muito maior que a nossa, padece dos mesmos problemas administrativos porque os envolvidos nesta implantação parecem nunca ter andado de bicicleta como meio de transporte na cidade. E isto é importante, perguntariam alguns, porque? Como organizar algo que não se sabe usar? Como entender de segurança nas ciclovias se nunca as usou? Como estimular seu uso se ele mesmo prefere pegar um carro!? Este é um problema recorrente em cidades sem tradição do uso de bicicletas, tanto no Brasil quanto no exterior(em inglês).

Um exemplo destes fatos é a nossa ciclovia "maravilha" na orla de Boa Viagem. Pergunta básica: PARA QUEM FOI MESMO FEITA AQUELA OBRA? Com certeza não para pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte. Uma das necessidades básicas destas pessoas é manter a cadência no pedalar, um número mais ou menos constante de pedaladas por minuto. Isto garante que o transporte seja tranquilo, que a pessoa não vai suar "bicas" ao se deslocar, que não vai correr mais riscos do que o necessário, mantendo a direção e o sentido constantes. Mas esta ciclovia parece uma pista de obstáculos, uma trilha de mountain-bike, um convite ao desastre permanente. É boa no asfalto e na sinalização, mas o zig-zag das "chicanas" convida a correria, a imprudência, as ultrapassagens perigosas. Manter a cadência constante é um desafio. Não é a toa que ciclistas sérios prefiram andar pela Avenida, "peitando" o tráfego, e os motoristas que os fecham, apontando a todo momento para a ciclovia como a dizer: ANDE NELA E NÃO ATRAPALHE MEU CAMINHO!

Qualquer pessoa de bom senso percebe que nossas ruas e avenidas não são elásticas. Elas não vão crescer e alargar para mais e mais carros. Em algum momento no futuro próximo, forçados pelo aumento descontrolado dos engarrafamentos, teremos de estimular o uso dos transportes públicos e da bicicleta, para tentar desafogar o tráfego. E eu acredito que isto só vai funcionar mesmo quando cada motorista tiver de PAGAR PARA USAR AS RUAS aonde ele vai colocar o seu carro. Só afetando o bolso é que o ônibus, metrô, bicicleta e o andar vão ser valorizados! Inclusive pelos gestores. Acredito que só quando isto acontecer é que teremos mais e melhores condições de usar a bicicleta como meio de transporte, garantindo uma cidade mais humana, eficiente e ambientalmente correta.

COMENTEM!!!

2 comentários:

  1. Rogério, aqui fizeram uma linha Verde (já chamada de linha cinza) onde tem uma ciclovia exatamente igual a do Recife. Deve ficar legal em termos paisagísticos, não é?

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  2. A daqui é vermelha... eu até achei bem intencionada, tem partes retas... mas ai começa um zig-zag infernal, onde quem não tem responsabilidade passa a acha-la ótima pista de obstáculos! Logo, risco de acidentes! Tem até sinal luminoso exclusivo! hehe... as fotos devem ficar lindas nos folders da prefeitura, no portfólio do "arquiteto" e da empresa de engenharia!

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OPS... Este espaço é seu, respondo a todos os pitacos que vocês enviarem, mas não modero, portanto, seja objetivo e mantenha o nível!!

DE OLHO NA BIKE



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Ei, QUER SUA FOTO AQUI TAMBÉM? Se tiver bicicleta nela, vale! Mande com uns 800 pixels de largura maior para CONTATO.RL@GMAIL.COM, com marca d'água, nome, email e/ou telefone. Atualizado todo final de semana.
No aguarde!

Original ROGÉRIO LEITE @ 2010